sábado, maio 27, 2006

TIMOR


Todo o nascimento, apesar da perícia do obstetra, é sempre
um processo doloroso. Que o digam as mães.
E como o de qualquer ser vivo, o nascimento de uma nação
é, naturalmente, também um processo doloroso.
Infelizmente Timor não é excepção.
O mundo ouve apreensivo as notícias do que por lá está a
acontecer.
O poema que transcrevo parece ser hoje tão oportuno como
quando do referendo de 1999, que levou à independência.

Timor
Onde o homem morre cedo,
A mulher vive com medo
E a criança com terror;
Timor
Onde o velho chora e reza
Na velhice, que só pesa
Por trazer consigo a dor.

Timor,
Do sofrer silencioso,
Num fervor religioso
Em que Deus é união;
Timor,
Da montanha, que é abrigo
Nos momentos de perigo,
Protegendo os que lá estão.

Timor,
Onde um sonho de menino
Sintetiza o teu destino
No sol novo, que há-de vir;
Timor,
Onde a lágrima vertida
Representa o SIM à vida
Na nação que vai surgir.

Vítor Cintra
no livro: MEMÓRIAS

Cabe ainda deixar uma homenagem a Sérgio Vieira de Melo. Em sua memória e pelo muito que fez por Timor, saibam os timorenses sobrepor o muito que os une ao que os pode separar.

2 Comentários::

At 27/5/06 8:25 da tarde, Blogger almadepoeta said...

Sem duvida sempre actual esse teu poema.
Estou gostando muito de te vir aqui visitar e ver a evolução do teu trabalho de blogueiro.
Deixo um beijo

 
At 11/6/06 2:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

eiyxnbbOlá Vítor,

Parabéns. As suas poesias escancaram a sua alma sensível, a sua inteligência crítica e os seus caminhos pela vida.

Especial comentário para as ilustrações fotográficas: estão perfeitas.

Prossiga nessas publicações. A opinião dos leitores dirão sobre a grandeza da sua poesia.

Grande abraço.

Eliude

 

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