NO REGRESSO...
No fim duma viagem, seja ela feita para lazer, em trabalho, ou por qualquer outro motivo, chegar a casa deixa-me sempre perceber sentimentos de segurança impensados. Ainda que misturados no turbilhão das lembranças recentes, boas ou nem tanto, recolhidas na viagem, e que, lenta mas firmemente, começam a afastar-se. É o regresso ao conhecido, à vida do dia a dia, ao ritmo quotidiano, ao convívio da família e dos amigos. E é bom! É sempre muito bom!
Afinal, a nossa casa é o nosso castelo.
Aos amigos que aqui vieram, durante esta minha ausência, quero deixar um abraço.
CASTELOS
À volta dos meus castelos,
Erguidos no dia a dia,
Há sombras de nostalgia,
Que surgem ao descrevê-los.
Muralhas ontem erguidas,
Por medos insuspeitados,
Queixumes, quantos calados,
Vergonhas, nunca assumidas.
Do tempo verteram horas
Que a vida deixou passar,
Castelos, feitos no ar,
Por pressas, ou por demoras.
E tudo o que resta ainda
Erguido, como muralha,
Não passa duma mortalha
Da vida, que já se finda.
Vítor Cintra
No livro: À DISTÂNCIA
7 Comentários::
Castelos erguidos com alicerces firmes de amizade, não desmoronam ...
E somente com uma ausência, mesmo que temporária, percebemos isso ... seja feliz no teu regresso ao cotidiano.
Talvez por isso não gosto de erguer muralhas...
Das flores levo o colorido junto ao som das belas palavras.
Boas férias/viagem e melhor regresso!
Abraços sem muralhas
home sweet sweet home
Como eu te compreendo! Não é a casa... é sim, o lar.
Tantas vezes vamos construindo muralhas, por vezes os alicerces são fracos e elas caem, lá temos de reconstruir novamente, e o mundo recomeça ate novamente...
É, Vitor.Parece que nós dois concordamos com Sêneca...rs
Feliz retorno, amigo. Teus comentários são imprescindíveis.
Abraço
Caro Vitor,
Já não era sem tempo. O regresso é sempre um momento ímpar.
Sempre que nos ausentamos - até mesmo da realidade - a volta nos anima a recomeçar, a ir em frente
a retomarmos os trilhos e seguir adiante.
Retornar e nos brindar com tais letras é um grande presente.
Quanto a seleção....(a do parreira e a de Portugal-Scolari) seria o máximo ao fim do jogo,
vença que vencer (preferível que seja a vossa), vermos duas nações de mesma língua trocando
abraços e "camisolas" (daí) e "camisetas" (daqui).
Saudações
E como é bom regressar a casa...meter a chave na porta e ver as nossas coisas, que sensação boa!...
Que dizer do teu poema "Castelos"...Lindo é pouco...Adorei!!!
Beijinhos e obrigada pelas tuas simpáticas visitas.
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