quarta-feira, julho 09, 2008

ERROS OU INCOMPETÊNCIAS?

(imagem recolhida na internet)

Num Estado, que se diz, de direito, repetem-se, multiplicam-se aliás, as situações de abuso, de falácia, de irresponsabilidade, não só dos agentes desse mesmo estado, mas - o que é ainda mais grave - dos detentores do poder do estado.
Repetidamente chegam ao conhecimento público situações caricatas como a do cidadão que procede à renovação da sua «carta de condução» e que, com surpresa, constata, ao receber a nova carta, que a fotografia nela aposta não é a sua mas sim - pasme-se - a duma senhora. Ou situações absurdas como a daquele que tendo dividido a sua propriedade em lotes, passa a receber notificação para pagar IMI não só dos lotes que resultaram da divisão mas também da propriedade original, como se a mesma ainda existisse.
E não se invoque o "engano", como justificação, só porque errar toda a gente erra. É certo que todos cometemos erros. Mas os erros corrigem-se e é dever de quem os cometeu minimizar os prejuízos causados a outros, ou até ressarcir quem foi prejudicado, se for caso disso.
O estado e os seus agentes, porém, não só não assumem nunca a responsabilidade dos seus erros como ainda penalizam por eles o cidadão, exigindo-lhe que, como no caso do IMI, primeiro pague para depois poder reclamar.
Mas como não haveria de ser assim?... Num estado em que um ministro, a quem alcunharam de «dr. Penhoras», vem com descarada e despudorada falácia, anunciar como benefício fiscal para as famílias mais carenciadas, o alargamento das deduções do IRS?...
Acaso as famílias carenciadas têm rendimentos suficientes para serem abrangidas por tributação em sede de IRS?... Ou será que "famílias mais carenciadas", na linguagem do sr. ministro tem um outro sentido?... Talvez se refira a quem acumula mais uma reforma de 3.000 € por ter trabalhado 3 meses numa emissora de rádio do estado, quem sabe?!
.
P O B R E Z A
.
Ao sentirmos o mau cheiro
Que se espalha na cidade,
À lembrança vem primeiro
Uma ideia: 'sujidade'.
.
Mas não é porque a limpeza
Não se faça a horas certas;
É o cheiro da pobreza
Que há nas ruas, já desertas.
.
É mau cheiro, mas da alma,
De quem muito tem e come,
Sem pensar em quem tem fome;
.
Pois na noite, dita calma,
Andam pobres, sem ter nada,
A dormir em vãos de escada.
.
Vítor Cintra
No livro: RECADOS

10 Comentários::

At 9/7/08 10:41 da tarde, Blogger Elsa Martinho said...

Erros e Incompetência, diria eu...

Um abraço nesta visita.

 
At 11/7/08 11:48 da manhã, Blogger soslayo said...

Vítor Cintra:

Que lindo artigo e excelente poema estes, que só podia vir de quem vem e sabe das coisas. Um abraço.

 
At 11/7/08 12:15 da tarde, Blogger Isabel Filipe said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 11/7/08 12:16 da tarde, Blogger Isabel Filipe said...

adorei o poema ...


quantos aos erros ... bom ... porque é que eles são sempre contra nós? ...

no caso que apontas ... o erro podia ter sido assim: deixaram de cobrar o IMI pois a propriedade tinha deixado de existir como inicialmente ... e no processo de loteamento perderam-se os dados ... mas não ... erros a nosso favor NUNCA acontecem ... por que será?????

beijinhos

 
At 12/7/08 12:31 da tarde, Blogger Elsa Martinho said...

Bom fim-de-semana vizinho!

Um abraço.

 
At 13/7/08 7:22 da tarde, Blogger Cristina Sousa said...

Excelente poema.

Tem uma ótima semana

Beijo

 
At 15/7/08 9:17 da manhã, Blogger Entre "linhas" said...

Os erros são constantes mas sempre a favor dos mais afortunados,porque o povo esse sim é o que paga o preço mais alto..
Bjs Zita

 
At 18/7/08 3:25 da tarde, Blogger maresia_mar said...

Vim mesmo de fugida, só a deixar um beijo com muito carinho.
Bom fds

 
At 21/7/08 5:35 da manhã, Blogger Francine Esqueda said...

Hum... Acho que os dois!!!!
Obrigada pela visita!
Boa semana!!

 
At 21/7/08 6:14 da tarde, Blogger Odele Souza said...

Olá Vitor,
Estava com saudades deste teu espaço.
Quanto ao que apontas aqui no teu post. Provoca-me indignação e revolta ver essas pessoas a viver dessa forma tão desumana, enquanto os que estão no poder, vivem na opulência e já nem sabem com o que gastar o dinheiro que afinal nem é deles e sim do povo.

 

Enviar um comentário

<< Home