BARTOLOMEU DIAS
(Imagem recolhida na página "Vidas Lusófonas")
Andaria pelos 35 ou 36 anos de idade, quando D. João II, em 1486, lhe confiou duas caravelas e lhe ordenou que partisse em demanda de notícias de Prestes João.
Navegando rumo a sul, ao longo da costa africana, descobriu angra dos Ilhéus - hoje chamada baía de Spencer - e chegou ao cabo das Voltas, após o que, assaltado por violento temporal, andou treze dias à mercê de ventos e mar. Quando o tempo amainou, não encontrando costa a leste, rumou a norte, tendo acabado por aportar à foz de um rio a que deu o nome de "rio do Infante".
Diz-se que Bartolomeu Dias pretenderia continuar viagem, na demanda das notícias que o rei lhe ordenara, mas que a oposição das tripulações o levaram a retroceder. Certo é que, já em 1487, na viagem de regresso descobriram o grande cabo que haviam dobrado, sem se aperceberem, durante o temporal. Por isso Bartolomeu Dias, ao erguer no pormontório o padrão chamado de São Filipe, deu-lhe o nome de Cabo Tormentoso.
Regressado ao reino, dando notícias da viagem, mandou D. João II que alterasse o nome dado ao pormontório, de Cabo Tormentoso para Cabo da Boa Esperança, dado que, a passagem desse ponto, à época considerada impossível, havia sido conseguida.
Bartolomeu Dias viria a encontrar a morte junto ao mesmo Cabo da Boa Esperança, em 1500, quando o navio em que navegava a caminho da Índia - que fazia parte da frota de Pedro Álvares Cabral, que descobriu o Brasil - ali naufragou.
Cumpriu-se assim, o vaticínio do gigante Adamastor, tal como nos Lusíadas foi descrito.
.
N A U F R Á G I O
O vento uiva alto, enfurecido,
Dançando na borrasca gigantesca,
Agitam-se no céu, enegrecido,
Tormentos duma noite que é dantesca.
A chuva, grossa e fria, em catadupas,
Que jorra, sem parar, das nuvens negras,
Alaga, quer os homens, quer chalupas,
Que o mar, enraivecido, atira às pedras.
Os raios, ziguezagues a luzir,
Projectam-se do céu. vindo cair
No alto dos coqueiros, desgrenhados;
E cada voz murmura uma oração,
Pedindo à Santa Virgem protecção
P'ra aqueles pobres homens naufragados.
Vítor Cintra
No livro: AO ACASO
Navegando rumo a sul, ao longo da costa africana, descobriu angra dos Ilhéus - hoje chamada baía de Spencer - e chegou ao cabo das Voltas, após o que, assaltado por violento temporal, andou treze dias à mercê de ventos e mar. Quando o tempo amainou, não encontrando costa a leste, rumou a norte, tendo acabado por aportar à foz de um rio a que deu o nome de "rio do Infante".
Diz-se que Bartolomeu Dias pretenderia continuar viagem, na demanda das notícias que o rei lhe ordenara, mas que a oposição das tripulações o levaram a retroceder. Certo é que, já em 1487, na viagem de regresso descobriram o grande cabo que haviam dobrado, sem se aperceberem, durante o temporal. Por isso Bartolomeu Dias, ao erguer no pormontório o padrão chamado de São Filipe, deu-lhe o nome de Cabo Tormentoso.
Regressado ao reino, dando notícias da viagem, mandou D. João II que alterasse o nome dado ao pormontório, de Cabo Tormentoso para Cabo da Boa Esperança, dado que, a passagem desse ponto, à época considerada impossível, havia sido conseguida.
Bartolomeu Dias viria a encontrar a morte junto ao mesmo Cabo da Boa Esperança, em 1500, quando o navio em que navegava a caminho da Índia - que fazia parte da frota de Pedro Álvares Cabral, que descobriu o Brasil - ali naufragou.
Cumpriu-se assim, o vaticínio do gigante Adamastor, tal como nos Lusíadas foi descrito.
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N A U F R Á G I O
O vento uiva alto, enfurecido,
Dançando na borrasca gigantesca,
Agitam-se no céu, enegrecido,
Tormentos duma noite que é dantesca.
A chuva, grossa e fria, em catadupas,
Que jorra, sem parar, das nuvens negras,
Alaga, quer os homens, quer chalupas,
Que o mar, enraivecido, atira às pedras.
Os raios, ziguezagues a luzir,
Projectam-se do céu. vindo cair
No alto dos coqueiros, desgrenhados;
E cada voz murmura uma oração,
Pedindo à Santa Virgem protecção
P'ra aqueles pobres homens naufragados.
Vítor Cintra
No livro: AO ACASO
18 Comentários::
Querido amigo, a tua cultura e inteligência são verdadeiramente sublimes!
O gigante Adamastor, que tanto aterrorizou os nossos marinheiros, engoliu o "nosso" Batolomeu Dias.
O teu poema é lindíssimo. E este apetece-me recitá-lo alto! Gostei mesmo muito!
És realmente maravilhoso!
Um beijo enorme da tua fã
Vítor,
São Homens com a coragem e imensidão como este que fazem tanta falta ao Portugal dos nossos dias.
Abraço.
Excelente o teu poema, sabes por vezes penso que antigamente apesar dos medos que sempre tivemos e temos, os enfrentavamos, hoje em dia escondemo-nos atras de depressões para não enfrentarmos a dureza da vida
jinhos
Olá!
Este soneto deixa-nos de olhos a olhar ao contrário! Que espectáculo, meu Deus, que espectáculo! Maravilha! Poruguês límpido. Sem desvios. Linguagem prática, mesmo ao alcance do menos preparado. Aliás, isto não é um poema, é um "monstro" feito poema. Ainda temos quem saiba fazer algo de que os nossos olhos e sentimentos se regalem. Parabéns, amigo. Não há dúvida de que há momentos de sorte. Este foi o meu. Sem mais nem menos, saio de casa e venho parar neste local que também arranjado estava para me receber. Obrigadíssimo, meu amigo.
Ah, quanto ao castelhano, foi uma Editora Argentia que me pediu para fazer aquele trabalho. Não sei se fui feliz ou não, mas também pouco importa.
Abraços. Aparece sempre.
......................
quem seria o herdeiro dessa massa de gente?
ou será que passou a fazer parte do herário público?
é bem capaz, por isso já foi esbanjado e já não há
..............
Abraço e noite serena
... o teu poema transmite a força dos homens daquele tempo...
adorei
bj
Gosto de aprender contigo!
Apenas um beijo terno
BShell
Muito bem.
É impressionante a bravura que os navegadores tinham para descobrir novas terras e outros povos. Muitos morreram fazendo isso, mas o seu feito fica para sempre na história.
Abraço
Um texto simples como simples são as coisas belas onde se iniciou o Império de Portugal, pelas mãos do Príncipe Perfeito.
Poema sublime!Como sempre.
Um blog fantástico!
Abraços Vitor
Mário Relvas
Um texto simples muito bem elaborado em que ficamos sempre a aprender, como é habitual, a reelembar a nossa história e um poema sublime!Adorei!
Um grande beijinho!Voltarei!
Belo texto meu caro amigo,realmente estive ausende mas voltei porqueestava com saudade de ler seus textos que são maravilhosos.
O vento é tão cruel,mas ao mesmo tempo tão gostoso quando nós refresca do calor.
lindo poema nem sei o que escrever pois tenho medo que meu ponto de vista venha desapontalo,e iso eu não quero.
Um bj
Caro Vitor,
Impressionante como os feitos dos navegadores lusos se comparam com o que a NASA faz hoje em dia.
Brava gente de brios inigualáveis.
Quanto ao poema... dispensa comentários.
SDS.
Navegadores portugueses... homens que se lançavam ao mar sem medos, homens de espíritos empreendedores que nos fizeram BRASILEIROS! Pura emoção essa sua homenagem, JV!
O poema... o li como analisando uma tela, a mensagem pictória contida nele me impressionou, senti e vi um naufrágio que pode ser no mar de águas salgadas ou no mar da vida.
Obrigada pela emoções. Beijo.
Homens de têmpera, aqueles. O artigo resume-o magistralmente.
O soneto tem força, beleza e grandiosidade a condizer. Uma homenagem digna da figura histórica que foi Bartolomeu Dias e do seu desditoso fim. Um poema sublime.
Boa semana
Uma figura importante no contexto da nossa rica história do século XV, quando Portugal era brilhante no concerto das nações, a fazer saudades dos tempos em que os portugueses sabiam cumprir um destino histórico. Parabéns e bom fim-de-semana.
Bom domingo, abraço.
Olá Vítor,
"Cabo da Boa Esperança"!...
Linda linda a nossa História!
Repleta de significado!
Adorei estar em seu belíssimo Espaço
Até breve
Esqueci deixar um beijinho, Vítor
Linda semana
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