sexta-feira, agosto 15, 2008

Noções de justiça...



Segundo notícia do Diário Digital:
«O deputado do Bloco de Esquerda Fernando Rosas considerou que a segurança dos cidadãos pode estar em risco pelo "uso desproporcionado e aparentemente incompetente" das armas de fogo pela GNR.
Um rapaz de 12 anos morreu após ter sido atingido por disparos da GNR durante uma perseguição automóvel a uma carrinha que o transportava, e a mais dois adultos, depois de um assalto.
Para Fernando Rosas, perante a "desproporcionalidade da actuação dos agentes", a instauração de um processo a pedido do Governo para averiguar o incidente "era o que se impunha".
O deputado bloquista considerou o incidente preocupante, frisando que "é a terceira vez no espaço de dois anos que uma perseguição por parte da GNR a veículos em fuga, em casos de pequena criminalidade, resulta em vítimas mortais".
"Esta situação põe em causa a formação e treino específico dos agentes. Se se conjugar isso com o seu carácter militarizado isso significa que a segurança dos cidadãos pode estar em risco pelo uso desproporcionado e aparentemente incompetente das armas de fogo pela GNR", alertou.
...»
.
É evidente que para o sr. deputado a criminalidade não é preocupante. Nem a GNR deveria, por isso, reprimi-la.
Talvez o sr. deputado até defenda que a presença da criança naquele assalto estava perfeitamente justificada, devendo ser entendida como uma acção de "formação profissional", como muito bem sugere Manel do Montado . Quem sabe?
Sendo este e outros como este, os senhores que fazem as «leis», porque nos admiramos com o facto de a «Justiça» não passar de uma ridícula caricatura?
.
D E P U T A D O
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O desprezo que vos tenho
- Porque sois tão desonesto -
Tem tal forma e tal tamanho
Que ultrapassa tudo o resto.
.
Que sabeis vós de amargura
P'ra dizer que estão sanadas
Essas feridas tão sem cura
Como as vidas destroçadas?...
.
É tão grande o preconceito
Sobre os erros dum passado,
Que dizeis estar sanado,
.
Que negar qualquer direito,
Mesmo que ele seja justo,
Vos importa a todo o custo.
.
Vítor Cintra
No livro: RELANCES

6 Comentários::

At 15/8/08 12:58 da tarde, Blogger antónio paiva said...

...

meu Bom Amigo,

tu quando lhes dás, dás mesmo.

e que bem que tu lhes dás!

um grande abraço.

 
At 15/8/08 5:07 da tarde, Blogger Odele Souza said...

Concordo com o comentário anterior Vitor. Em se tratando "dessa gente", ao falar deles, não tens dó nem piedade. E te admiro por isto.

«Justiça» não passar de uma ridícula caricatura?

E esta tua frase final: A"Justiça" para que não se torne uma ridícula caricatura, nos exige muita luta. E não deveria ser assim.É injusto que seja assim.

Um abraço amigo querido.

 
At 16/8/08 12:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O tiro irá sair pela culatra. O tribunal deverá ter em consideração que o pai expôs o filho ao perigo quando o transportou a um assalto. Se ele também não era um dos "operacionais". Se um jornal dizia que tinha 11 anos, logo outro dizia que tinha 13 anos... BOLAS: não queria que a criança morresse. Longe de mim; mas que merecia uma casa de correcção devidamente fechada... e o pai devidamente condenado. Isso sim. Pela pena de fuga de cadeia, de assalto, de falsificação de identidade, de fuga e, pela utilização de um menor em acções criminais, com a agravante de ser o próprio pai.
O agente da GNR teve a infelicidade de cumprir o seu dever. Perseguir e tentar deter os criminosos que gozam com os cidadãos que cumprem e pagam impostos. A população está de olhos nesta (in)justiça, se condenarem o militar da GNR. Tem que haver julgamento porque houve uma morte de um menor. Tem que haver inquérito interno. No entanto se o condenarem, podem ter a certeza que um dia serão os ministros, os procuradores e juízes a perseguirem os criminosos. Os polícias cada vez gritarão mais: o melhor trabalho é aquele que fica por fazer.

Saudações

 
At 16/8/08 8:11 da tarde, Blogger Manel do Montado said...

Caro Vítor,

Permite-me deixar aqui umas palavras que a muitos poderão chocar, mas que a outros, como tu, ser-te-ão familiares.
Podemos ter sempre a consciência de que estamos do lado da razão e com ela agimos convictos de que as instituições que servimos, ou os governos que nos regem, compreenderão que quando se usam armas é em extrema necessidade para garantia da própria integridade física ou da daqueles que connosco servem.
Sei, sei mesmo, o que sentirá aquele militar da GNR sabendo que para garantia da sua integridade física teve de matar um ser humano, ainda por cima menor.
Pena tenho eu dele que fica agora com o trauma de ter morto uma criança (espero que não lhe tenha visto a cara) e que, para o resto da vida, acarretará com um sentimento de culpa que de facto não tem.
Quem colocou a arma na mão do menor? Ou algum hipócrita pretendia que o militar avançasse sobre a carrinha com o bastão nas mãos?
Aqui nem se põe o caso da legítima defesa ou do uso desproporcionado de meios, como sugere o fantasista deputado do BE, partido que, programaticamente, até propugnava a tomada do poder pelas armas e pela morte de quem fosse contra a revolução.
Estranhamente ainda não ouvi nada do sector político a que essa figura pertence sobre a bárbara agressão da Rússia à Geórgia ou da China ao Tibete.
É que, no caso em apreço, os ciganos sabiam que a sua acção era desconforme às regras sociais, pois um deles até estava foragido ao castigo que a sociedade lhe impôs, não o tendo cumprido, sendo todos os outros ciganos coniventes com a sua fuga da prisão e ocultando a sua identidade.
O presidiário forneceu a um órgão de soberania uma identidade falsa, não assumindo assim cobardemente a paternidade do menor e, acabados de furtar BENS ALHEIOS, fugindo a uma ordem de paragem das autoridades e fazendo fogo contra estas, ainda se vem postar como vítimas?
Depois refere ainda o bloquista que estes casos se passam com a pequena criminalidade. Ó senhor deputado, pequena criminalidade com armas de fogo? De facto, Senhor Professor Fernando Rosas, o canudo a si nem o tamanho das orelhas lhe tapa, ou então a cor política tolda-lhe o raciocínio.


"A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência.
A inteligência tem limites, a estupidez não..."

 
At 16/8/08 9:13 da tarde, Blogger Ana said...

Olá Vítor.
A culpa não foi do policia. Será que esqueceram que a culpa é do pai? Ninguém no seu perfeito juizo leva um filho para um assalto. Será que queria ensinar como se fazia para mais tarde ser um "profissional" como ele?
Adorei o poema!
Beijos

 
At 26/8/08 12:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Olá amigo João .

Passei por aqui para te mandar um beijinho e agredecer a sua visita ao meu blog .

Só agora é que regressei ás postagens por motivos escolares , se quiser pode ir lá visitar.

mil beijinhos .

 

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