segunda-feira, outubro 25, 2010

A dívida que os governos deixaram acumular

(Imagem recolhida na internet)
Henrique Neto, ex-deputado do PS, defendeu, no Público, que os governos deviam ser julgados pelo mau estado das contas públicos.
A revista Sábado publica, entre outras, esta declaração do ex-deputado:
"Após o mandato, depois de uma avaliação e de se verificar que os actos cometidos pelo governo, nomeadamente para proveito político próprio, para ganhar eleições, prejudicaram o País.
Deve-se acabar com o clima de impunidade.
As pessoas fazem as maiores barbaridades, por incúria ou incompetência, quando estão nos governos e só são penalizadas politicamente. Por isso, devia haver o mínimo de sentido de responsabilidade e responsabilização dos partidos políticos e dos seus dirigentes.
Defendo o crime público porque há cada vez mais governos irresponsáveis."
À pergunta de: «Quem seria julgado? O primeiro-ministro ou o ministro das Finanças?» "O primeiro-ministro, que é o responsável." Foi a resposta do ex-deputado.
É óbvio que, neste aspecto, estamos em desacordo com o entrevistado. É que, sendo o ministro das finanças, presumivelmente, um técnico, deveria ter, mais do que nenhum outro, plena consciência das consequências das decisões tomadas, quer no desperdício dos dinheiros públicos, quer na desonestidade que o agravamento da carga fiscal, sobre o país, representa. Carga fiscal cujo agravamento tem, como objectivo único, alimentar a gula dos «compadres», como se constata presentemente.
Em nossa opinião quer o primeiro-ministro, quer o ministro das finanças, deveriam ser julgados, não apenas pela sua responsabilidade directa, mas também pela sua incompetência técnica.
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P A R E L H A
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Se ouvisse, anos atrás, alguém dizer
O quanto de mentiras já ouvi,
Contadas por políticos daqui,
Riria, por pensar ser anedota.
Além de repeti-lo, por chacota,
Tentava dar-lhe um cunho de chalaça,
Embora sem pensar que, tal desgraça,
Seria bem capaz de acontecer.
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Mentir, tornou-se prática corrente
Em muitas atitudes e discursos;
Não só p’ra permitir roubar recursos,
Também por arrogância, tacanhez,
Insânia, ou mesmo muita estupidez.
Revelam mau carácter, trafulhice,
Ou mesmo, haver mestrado em vigarice.
Só há um outro traste condizente,
O Santos, “ladrão mor” sempre presente.
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Vítor Cintra

2 Comentários::

At 25/10/10 2:55 da tarde, Blogger Zélia Guardiano said...

Vitor, meu amigo
Excelente postagem!
Excelente!
Os seus versos dizem as verdades, de maneira lúdica.
Também nós, cá estamos, a nos debater em meio ao lamaçal da corrupção, da mentira, da desonestidade, etc., etc.
Semana que vem teremos de ir às urnas, obrigados, com o seguinte sentimento:" se ficar o bicho come, se correr o bicho pega"...
Grande abraço!

 
At 25/10/10 9:09 da tarde, Blogger carlos pereira said...

Caro POETA Vitor;

Concordo plenamente com a ideia; os criadores deste caos deveriam ser julgados. Afinal, todos nós, nas mais diversas actividades somos julgados se prevaricarmos, mas estes "senhores" estão acima da lei, quais deuses bem sentados nos seus tronos deste Olimpo português.
Quanto ao acróstico, SOCRATES MENTIROSO, está simplesmente divinal.
Gostei imenso.
Um forte abraço.

 

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