sábado, agosto 05, 2006

MADEIRA - Legado dos deuses




Descrever tudo o que me atrai na Madeira seria, certamente, uma tarefa infindável. Um trecho transcrito do "The Best Guide", porém, explicará muito melhor do que eu, porque é que vale a pena visitar a Madeira.

"Um manto de vegetação exótica cobre a Madeira de tons fascinantes e faz da ilha uma reserva natural, sendo dois terços do território área protegida. A floresta Laurissilva compõe-se de árvores de grande porte como o "Til" (Ocotea foentes), o Loureiro (Laurus azorica) ou o Vinhático (Persea Indica), aos pés dos quais se aninham musgos, fetos e urzes, e alberga espécies raríssimas (...).

Para salvaguardar este precioso património natural, foi criado, em 1982, o Parque Natural da Madeira que inclue cinco reservas naturais (...). A aumentar a beleza e a riqueza desta inestimável herança, orquídeas, azáleas, magnólias, açucenas e outras flores exóticas desabrocham por toda a ilha ao longo de todo o ano.

Uma das melhores maneiras de explorar esta beleza é aproveitar os diferentes percursos pedonais, ao longo das levadas, que levam o visitante aos cumes e aos profundos desfiladeiros da ilha, por húmidas veredas e caminhos serpenteantes, à descoberta de cenários deslumbrantes (...
)".


MADEIRA

Surgidas das entranhas de Vulcano,
Elevam-se das ondas do oceano
- Encostas bordejadas por levadas -
Montanhas, que contrastam a beleza
Agreste, que lhes deu a Natureza,
Com flores, por socalcos derramadas.

Milénios são passados, desde os tempos
Que contam que, fugindo aos seus tormentos,
Os deuses se escondiam muitas vezes.
Por certo procuravam nestas ilhas
- Cercados por imensas maravilhas -
Carpir, ou lamentar, os seus revezes.

Talvez por isso Ulisses navegasse
Num rumo, que ao Olimpo o transportasse,
Além do mar sem fim, a todo o pano;
Mas fora, por Destino, já traçado,
Ser este paraíso reservado
A povo mais ilustre. O Lusitano!

Assim, ao ser chegada a sua hora,
Os deuses resolveram ir embora
Fazendo aos portugueses o legado.
Por cá ouvem-se, agora, serenatas
Cantadas, em levadas e cascatas,
Por ninfas, em dolentes tons de fado.


Vítor Cintra

No livro: AO ACASO

10 Comentários::

At 5/8/06 10:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Como é belo cantar assim e ser assim cantado por alguém como tu...
A musa é bela, mas s tuas palavras imortalizam a sua beleza.
Bjinhos

 
At 5/8/06 10:54 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Depois desse poema, o desejo de conhecer Madeira tornou-se muito maior.

 
At 5/8/06 11:27 da tarde, Blogger A. Pinto Correia said...

É bom voltar Isabel.
E saber-te de bom gosto como sempre.
Beijo

 
At 5/8/06 11:49 da tarde, Blogger Luna said...

Ainda vamos podendo descobrir a beleza no universo, e nas palavras que nos entregas
beijocas

 
At 6/8/06 1:37 da tarde, Blogger Su@vissima said...

Muito bonito!

As tuas palavras libertam o perfume das flores da Madeira:)

Obrigada.

Um beijo daqui

 
At 6/8/06 5:42 da tarde, Blogger CAntonio said...

Num documentario a respeito, tive a oportunidade de ver coisas belissimas.

Mas ao vivo....ainda chego ai.

Ora pois, chegarei....

 
At 6/8/06 9:25 da tarde, Blogger BlueShell said...

Lindíssimo...como sempre!
...os deuses...e tu...para surgirem poemas assim...

BShell

 
At 7/8/06 2:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Diante da magia apenas o silêncio.
Uma linda semana, Vitor.

 
At 8/8/06 11:17 da manhã, Blogger Luiz Carlos Reis said...

É meu caro, quanta magia e beleza a mãe natureza nos proporciona...principalmente quando associada às tuas palavras.
Mas, não poderia deixar de citar nossos atores políticos, estes que nada fazem contra àqueles que insistem em destruir recursos naturais às custas de obtenção de lucro. Seja com o turismo, poluição, destruição da fauna e flora e principalmente da consciência de cada pessoa. Cabe à nós proteger e promover conscientemente a manutenção e preservação destes recursos, para que nossas futuras gerações possam também contemplar as belezas naturais deste nosso mundo que anda doente.
Abraços!

 
At 8/8/06 3:42 da tarde, Blogger Pérola said...

Madeira das recordações longínquas,
das tardes amorosas e estivais,
das belezas naturais, ainda mais!
Dói saber que nem tudo é assim!
Lindo!

 

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