sábado, novembro 25, 2006

ATÉ QUANDO?...Povo cego!


(Imagem recolhida na net)

DE REGRESSO...

... e depois dos filhos e netos, chegou a hora de visitar os amigos. Agradecer as visitas que me foram feitas e responder às mensagens recebidas é, afinal, um prazer.
Antes, porém, considero importante dar testemunho da minha solidariedade. É que, acabo de ler Povo que escarras no rio e, perante este desabafo de protesto e revolta, não posso, nem quero, dixar de manifestar o meu apoio e expressar uma homenagem sincera, ainda que humilde, ao homem que teve a dignidade de o escrever. Insurgir-se, com tão honesta frontalidade, contra a indiferença e o desrespeito com que, com abjecta desvergonha, os políticos continuam a tratar aqueles que souberam servir Portugal, revela uma nobreza de carácter que deve ser realçada.
.
PORQUÊ?...

Quem nunca combateu, não teve medo,
Nem sabe quão amargo é o sabor
De não poder falar desse segredo,
Sem ver diminuído o seu valor.

Mas, quem por lá andou, sente revolta,
Num misto de amargor e apatia,
Ao ver-se injustiçado, quando volta
À terra que o mandou lutar, um dia.

Porquê?... Se nem os mortos se recordam?...
- Supremo sacrifício de soldados,
Sem tempos de memória consagrados. -

"Porquê?..." Gritam as vozes que me acordam,
Nas noites que, chamando do além,
Perguntam a razão de tal desdém.

Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA

18 Comentários::

At 26/11/06 12:52 da tarde, Blogger Maria said...

O meu comentário a este teu texto, amigo, é... não conseguir comentar. Porque, depois de ler o texto em O Montado, uma pessoa fica sem palavras, fica a interrogar-se, fica..., fica..., fica.... sem palavras.
Devo dizer-te, em geito de desabafo, que fui (e sou) sempre contra a ida de portugueses para esses países que se encontram em guerra, ou onde lhes foi imposta uma guerra pelos snrs. bush e blair (e apaniguados).
E mais não digo, porque hoje é domingo e estou de folga da política!
Um beijo

 
At 26/11/06 1:03 da tarde, Blogger david santos said...

Victor, bom dia. Este soneto está um espectáculo. Adorei.
Parabéns.

"SÓ VERDADES"

 
At 26/11/06 1:06 da tarde, Blogger ALG said...

Excelente!

 
At 26/11/06 1:16 da tarde, Blogger Manel do Montado said...

(...) "Porquê?..." Gritam as vozes que me acordam,
Nas noites que, chamando do além,
Perguntam a razão de tal desdém.(...)

Obrigado Vitor pelo teu grito solidário, tu que também já viste o lobo mau sabes como me sinto.
Quanto ao teu poema...o adjectivo menor é a excelência...e a verdade que nele encerra?
Um abraço

 
At 26/11/06 1:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Injustiça é a pior das ofensas a um ser humano e com tua sensibilidade demonstra sua revolta nesse belo poema.

Espero que as férias e a viagem ao meu Brasil tenham sido revigorantes e bem aproveitadas. Tenha um bom domingo.Beijos

 
At 26/11/06 3:12 da tarde, Blogger Papoila said...

Vitor Cintra:
De novo um poema cheio de força...
Porque também estive em teatro de guerra considero este soneto Excelente!
"Porquê?..." Gritam as vozes que me acordam,
Nas noites que, chamando do além,
Perguntam a razão de tal desdém.

Aqui está tudo dito!
Beijo

 
At 26/11/06 7:14 da tarde, Blogger Luna said...

O nosso egoismo cada vez nos leva a não nos preocuparmos com os outros.
Bjs

 
At 26/11/06 7:57 da tarde, Blogger antónio paiva said...

...............
ólá Companheiro,

bem regressado!

é! sempre quiseram fazer de nós, menos do que somos na realidade

a sociedade em geral consome egoísmo, com se de cal branca se tratasse, para eliminar os seus
.................

Abraço e noite serena

 
At 26/11/06 8:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Olá Vitor! Fico contente por estares de volta.
Perante tanta injustiça, a palavra "porquê" é tão bem usada. Na falta de respostas, resta-nos o desabafo.

Já agora peço-te para visitares este site http://globalcommerce.com.sapo.pt/ podes gostar de alguma coisa! Abraço

 
At 27/11/06 1:18 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Vítor Cintra:

Antes de mais regozijo-me pelo teu regresso e por cá já fazias muita falta. E, que dizer duma pátria que ao cidadão tudo exige e nada lhes dá em troca, nem naquilo que está consagrado na lei e foi adquirida!!! Excelente o teu poema e o artigo do Manuel do Montado também! Parabéns a ambos e mais uma vez um bom regresso para ti. Um abraço.

 
At 27/11/06 7:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Excelente! Para não deixar morrer a memória.
Bem vindo de novo ao nosso seio.
Beijinhos

 
At 27/11/06 11:24 da tarde, Blogger DIGNIDADE said...

Olá!
Lindo o teu poema e, infelizmente, sempre actual...
Sei da revolta que sentiste toda a vida pela desonra duma pátria a quem foste forçado a entregar a juventude (o corpo e a alma ficaram para sempre marcados)e que te cuspiu...foste açoitado na partida...e humilhado no regresso...como recordo!...
Sei da dor que te consome, apesar do tempo que já passou, mas a única coisa que o tempo não tem a capacidade de sarar, antes agoniza, é a injustiça.
Para ti, para o Manel, para o João, para...o meu profundo respeito e homenagem!
Talvez eu seja mesmo "subversiva", por achar que para grandes males, grandes remédios...mas este país e o povo que faz dele o que é, já não têm remédio...
Continua a escrever, continua a pintar e continua a partilhar, com quem te merece, toda a tua Grandeza.
Um bj!

 
At 28/11/06 3:16 da tarde, Blogger antónio paiva said...

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Olá Amigo

Obrigado!
.................

Abraço

 
At 29/11/06 10:12 da manhã, Blogger Luiz Carlos Reis said...

Olá meu amigo e nobre cavaleiro, tenha ótimo regressojá fazia falta teus homéricos poemas.
Eis que o invólucro da intolerÂncia jáz estampado em brasões e retóricas de uma política em desordem acometem-nos constantemente.
Abraços!!

 
At 29/11/06 11:29 da manhã, Blogger Unknown said...

Soneto maravilhoso! Reflexão encantadora!
Beijinhos!

 
At 29/11/06 10:09 da tarde, Blogger BlueShell said...

Tens toda a razão...

Um beijo e um sorriso!
BShell

 
At 29/11/06 10:10 da tarde, Blogger A Sonhadora said...

Com um abraço da sonhadora, aqui fica a minha palavra,para me dar a conhecer..um pouco

O poeta é por assim dizer,
a palavra...o poema,
o poeta é fala aberta (des)concreta...
No voar das palavras que são dadas...
por encanto...
o poeta canta e louva...
o poeta canta a dor...
O amor...o amor...
O poeta é sonhador!!!
(Binda)

Obrigada pelo teu comentário

 
At 30/11/06 6:32 da tarde, Blogger antónio paiva said...

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Amigo,

de passagem para te deixar:

Um Abraço e bom fim-de-semana

 

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