DIOGO CÃO
Mandado por D. João II - duas vezes (1482 e 1484) dizem alguns - aos descobrimentos. A História diz-nos que, em 1482 saiu de Portugal, pela primeira vez. Da sua carga faziam parte uns marcos de pedra constituídos por uma coluna encimada pelas armas nacionais e por uma inscrição que continha uma data (certamente a da partida para a viagem), o nome do rei e o nome do navegador, ou seja, o seu. Tais indicações podem ler-se no padrão que ainda hoje existe na Sociedade de Geografia de Lisboa, onde consta:
Na era da criação do mundo de 6681 anos, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo 1482 anos, o mui alto, mui excelente e poderoso príncipe el-rei D. João II de Portugal mandou descobrir esta terra e pôr estes padrões por Diogo Cão, escudeiro da sua casa.
Eram marcos de propriedade que o rei de Portugal mandava colocar nas novas terras que se descobrissem.
Graças aos vestígios desses monumentos é hoje possível estabelecer, com exactidão, o percurso seguido por Diogo Cão e constatar até que ponto são incompletas e pouco exactas as escassas referências dos cronistas da época, sobre as viagens dos descobrimentos.
Com base nesses vestígios, sabe-se que Diogo Cão navegou atá à Mina e daí para o Zaire. Depois de vencer várias dificuldades navegou até à ponta dos Farilhões (serra Parda) aos 22º 10' de latitude sul. Regressou ao Zaire, que subiu, para visitar o rei do Congo.
Regressou ao Tejo em 1486, trazendo os conhecimentos necessários para atingir a África do Sul, navegando pelo largo, como viria a fazer Vasco da Gama.
N A V E G A D O R E S
Mandaste-nos, senhor, pelo mar fora,
Em busca doutras terras, doutras gentes,
Embora muitas vozes, descontentes,
Ousassem mal dizer, a toda a hora.
Cumprindo vosso mando, com coragem,
Partimos, sem demora, mar além.
E, mesmo temerosos, com desdém
Aos medos e perigos da viagem.
Chegámos ao convívio doutros povos,
De raças e costumes bem diversos,
Surgidos sabe Deus de que universos.
Por lá deixámos fé e cristãos novos,
Trazendo-vos mensagens de amizade,
Riquezas, maior glória, lealdade.
Vítor Cintra
No livro: VERTIGEM
15 Comentários::
queria muito poder comentar + estou com uma dor de ouvido forte a manha eu passo aqui.
Valeu pela visita,bjo
Cão como eu, portanto. Boa semana, abraço,
a mim apetecia-me navegar para longe...
Um resumo histórico imperdível sobre um dos grandes navegadores (tão poucas vezes lembrado), ilustrado com um poema sublime.
Boa semana
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excelente trabalho o teu!
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Abraço
Hoje + ou menos melhor posso dizer que adorei muito o que colocaste aqui.
Linda poesia e texto.
Somente aqueles que são leais com seus deveres é que se submentem a fazer o que esses homens fizeram.
Ir num barco sabe lá onde vam parar quem é que vai encontrar nop caminho,tudo por um rei que pouco pensa na vida deles.
Um abraço.
As histórias desses intrépidos navegadores portugueses devem ser fantásticas, pena que, como pude concluir do teu post que os registros delas são muito pouco.
Parabéns pelo lindo poema que os engradece!
Beijo
Beijos de gratidão!
BShell
excelente tributo e agora vou nirar "rio de onor"
abraços
e descobrindo,tudo perdemos,
beijos
O Diogo Cão, pelos vistos, nasceu lá para os lados de Vila Real, distrito onde vim ao mundo e cidade onde fiz quase todo o meu Liceu.
Caro Vitor, um texto explicativo e pleno de História de Portugal, onde fala de um grande Rei deste Páis, que coordenou tudo para que os descobridores portugueses pudessem avançar!
Um poema lindo:
"Por lá deixámos fé e cristãos novos,
Trazendo-vos mensagens de amizade,
Riquezas, maior glória, lealdade."
E muita saudade!
Abraços
Mário Relvas
Um trabalho sempre de excelente qualidade que venho encontrar por aqui.
Beijos
Vítor Silva:
Ó meu amigo Poeta. Que lindas estas incursões que fazes na história dos nossos navegadores! Já para não falar neste terceto que mais me faz lembrar Camões. Parabéns e obrigado. Um abraço.
Belo soneto meu amigo! E como sempre com uma aula de história de Portugal a acompanhar!
És magnífico!
Beijinhos
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