sexta-feira, agosto 10, 2007

Dª MARIA I - A Piedosa

(imagem recolhida na internet)

Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, que veio a ser a primeira raínha de Portugal, nasceu em Lisboa, a 17 de Dezembro de 1734, reinava então D. João V, seu avô, que para ela criou o título de "Princesa da Beira".Aos quatro anos já lia português e castelhano. Aos cinco aprendia latim. Além de muito precoce era uma criança bela.
Aos 26 anos casou com D. Pedro III, seu tio, homem piedoso e ligado aos jesuítas, de quem teve seis filhos. O primogénito, D. José, morreu prematuramente, aos 27 anos. O segundo, na ordem da sucessão, subiu ao trono como D. João VI.
Com a morte de D. José I, seu pai, em 1777, D. Maria é aclamada raínha. Afastada dos assuntos de estado até chegar ao trono - muito por influência do Marquês de Pombal - D. Maria, contudo, vai imprimir um cunho muito pessoal à acção política, onde sobressai uma forte tendência para a liberalização económica.
No plano diplomático, na acção de D. Maria, sobressai a assinatura dos tratados do Prado e de Santo Ildefonso, através dos quais põe termo ao conflito aberto com a Espanha sobre os territórios sul-americanos. Consegue igualmente impor a neutralidade portuguesa na questão das colónias britânicas da América do Norte.
Criou a Real Academia das Ciências de Lisboa e aulas de Desenho em Lisboa e no Porto. Fundou a Academia Real da Marinha e a Biblioteca Pública de Lisboa. Fomentou o aparecimento de escolas públicas de instrução primária. Sob o impulso do intendente Pina Manique, criou a Casa Pia de Lisboa e instalou a iluminação pública em Lisboa.
Concluiu a igreja da Memória, em Belém, e deu início à construção do Teatro S. Carlos. Mandou construir a Basílica da Estrela, onde se encontra sepultada.
Os desgostos causados pela morte do marido, de alguns dos filhos e o terror provocado pela Revolução Francesa causaram-lhe problemas mentais cada vez mais graves que culminaram, em 1792, na declaração, feita por uma junta médica, da sua incapacidade de governar.
Morreu em 1816, no convento das Carmelitas do Rio de Janeiro, onde a corte se refugiou devido às invasões francesas.

D. MARIA I

Por morte de seu pai, a "Piedosa"
Rainha se tornou. Dona Maria
- A quem alguns também chamaram "Pia" -
Tentou, em seu reinado, ser bondosa.
.
D. Pedro, rei consorte, era seu tio;
Mas foi de Vila Nova da Cerveira
Que veio, p'ra lançar a 'viradeira',
O homem que aceitou o desafio.
.
Pombal, nas suas terras, em desterro,
Já longe do poder, a que não torna,
Os Távoras vê limpos, e o Alorna.

E para impor a lei, com mão de ferro,
Mas sem negar abrigo ao indigente,
Surgiu Pina Manique, o Intendente.

Vítor Cintra
No livro: HOMENAGEM

10 Comentários::

At 11/8/07 9:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Olá, pena que D. Maria teve esse fim tão trágico. Um beijoooooooo.

 
At 12/8/07 1:37 da manhã, Blogger Menina do Rio said...

Pelo que nos conta a história, ela foi tida como louca já no final dos seus dias; se bem que pouco aprendemos aqui sobre o Reinado Luso; antes ainda passava-se uma noção nas escolas, mas era mais a partir do reinado de Dom Pedro II, que por cá ficou até proclamar a independencia. A nossa História começa após a queda do Império e pouco sabemos. Mas é sempre bom poder conhecer um pouco mais.

beijinhos

 
At 12/8/07 7:50 da tarde, Blogger Odele Souza said...

Seus posts são verdadeiras aulas de História que é uma matéria fascinante, uma volta ao tempo...
Um beijo.

 
At 13/8/07 12:42 da manhã, Blogger Å®t Øf £övë said...

Vítor,
É admirável a forma como nos consegues contar a história através da poesia!!!
Pura arte.
Obrigado pela partilha.
Abraço.

 
At 14/8/07 9:13 da tarde, Blogger Menina do Rio said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 14/8/07 9:14 da tarde, Blogger Menina do Rio said...

Não estou me despedindo dos amigos, apenas vou estar em standby no blog até que me sinta inspirada a escrever algo. Portanto volta e meia venho aqui pruma taça de vinho, se me convidares...

Beijinhos e fica bem

 
At 15/8/07 12:00 da manhã, Blogger Menina do Rio said...

Fico feliz que haja vinho, porque aqui as noites andam muito frias...

Sopro um beijo daqui na direção do teu olhar; vê se pegas...

 
At 15/8/07 9:55 da manhã, Blogger leituras said...

Tinhas razão ao dizeres que Agosto era má altura para férias. Vale pelo facto de me dar tempo para visitar os amigos.

Boa semana

 
At 15/8/07 1:33 da tarde, Blogger Rosa Silvestre said...

Mais um excelente post, Vítor...já estou a ver que ainda não estás de férias!
Boa semana com tudo de bom!

 
At 15/8/07 3:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Victor, um post feliz, com um poema belo,como habitual.
O marquês foi um grande homem para o país. Contestado no fim da sua vida pública, mas de grande importância, na organização do estado e na reconstrução de Lisboa, pós terramoto de 1755.

Dona Maria, foi uma raínha, com tarefa nada fácil. Fazes menção ao Intendente- Geral Pina Manique... mais palavras para quê?

Sugiro que vejas um poema que coloquei agora no Aromas de Portugal, directamente do Afeganistão!

Abraço

 

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