Idanha-a-Velha
Circunscrição administrativa denominada Civicas Igaeditanorum, nome derivado da designação do povo pré-romano - os igaeditani - que habitava a região, crê-se que a Egitânea visigótica, ou Idânia árabe, terá sido fundada no século I a.C., período de Augusto, talvez como consequência da política de apaziguamento e ordenamento do território, ou pela necessidade de ser criado um ponto forte intermédio entre a Guarda e Mérida.
Não se conhece muito da história da cidade romana, embora se saiba ter sido muito próspera durante o Alto Império. Não se conhecem também, com exactidão, os seus limites de então, mas as ruínas encontradas na margem esquerda do rio Ponsul sugerem que a sua dimensão ia muito além do perímetro definido pela muralha construída nos séculos III-IV.
Data dos séculos VI-VII a Sé erigida pelos visigodos, sobre vestígios do que se crê ter sido antes um templo suevo.
Em 713 d.C. os muçulmanos conquistaram a cidade aos visigodos. Durante a ocupação, em comparação com outras, como Lisboa, Beja ou Silves, a cidade terá atingido grande dimensão e riqueza. A sé visigótica foi então adaptada a mesquita.
Em 1114, durante a conquista, D. Teresa fez doação de Idanha, uma cidade deserta, a D. Egas Gosendiz. D. Afonso Henriques, porém, mandou ocupar Idanha e doou-a a Gualdim Pais, mestre dos Templários. Durante quase um século a cidade foi ocupada e reconquistada aos muçulmanos várias vezes. Talvez como consequência disso, no tempo de D. Sancho II a cidade tinha perdido a sua pujança correndo mesmo o risco de ficar completamente despovoada.
Em 1244 foi de novo doada aos Templários. A Ordem levou a cabo algumas obras militares na tentativa de garantir a sua defesa, mas, dada a sua vulnerabilidade, deu inicio à construção de uma nova fortaleza, distante algumas milhas, numa posição mais elevada. Esse terá sido o fim da esperança no ressurgir de Idanha. A existência da nova fortaleza deu mesmo origem ao nome de Idanha-a-Velha, com que passou a ser designada para distinguir-se da nova Idanha.
Em 1510, numa derradeira tentativa régia de fazê-la ressurgir, D. Manuel I concede-lhe novo foral, mas nem assim a cidade recupera a sua anterior importância.
Testemunha da História, Idanha-a-Velha é hoje uma jóia viva, ainda que parada no tempo.
IDANHA-A-VELHA
Passaram por ti romanos,
Como antes os lusitanos
E mouros depois, também.
Nas lutas com castelhanos
Sangraste, sofreste danos,
Lutando como ninguém.
Em tempos, que são lendários,
Soavam teus campanários,
Tornados em voz de alerta;
Chegaram então Templários,
Tornados teus donatários,
E a morte tornou-se certa.
Nasceu uma nova Idanha,
Tão forte, rica, tamanha,
Conforme a muralha espelha,
Ficaste só, frente à Espanha,
Mais pobre e órfã, estranha,
Tornada em Idanha-a-Velha.
Vítor Cintra
No livro: MURMÚRIOS
Não se conhece muito da história da cidade romana, embora se saiba ter sido muito próspera durante o Alto Império. Não se conhecem também, com exactidão, os seus limites de então, mas as ruínas encontradas na margem esquerda do rio Ponsul sugerem que a sua dimensão ia muito além do perímetro definido pela muralha construída nos séculos III-IV.
Data dos séculos VI-VII a Sé erigida pelos visigodos, sobre vestígios do que se crê ter sido antes um templo suevo.
Em 713 d.C. os muçulmanos conquistaram a cidade aos visigodos. Durante a ocupação, em comparação com outras, como Lisboa, Beja ou Silves, a cidade terá atingido grande dimensão e riqueza. A sé visigótica foi então adaptada a mesquita.
Em 1114, durante a conquista, D. Teresa fez doação de Idanha, uma cidade deserta, a D. Egas Gosendiz. D. Afonso Henriques, porém, mandou ocupar Idanha e doou-a a Gualdim Pais, mestre dos Templários. Durante quase um século a cidade foi ocupada e reconquistada aos muçulmanos várias vezes. Talvez como consequência disso, no tempo de D. Sancho II a cidade tinha perdido a sua pujança correndo mesmo o risco de ficar completamente despovoada.
Em 1244 foi de novo doada aos Templários. A Ordem levou a cabo algumas obras militares na tentativa de garantir a sua defesa, mas, dada a sua vulnerabilidade, deu inicio à construção de uma nova fortaleza, distante algumas milhas, numa posição mais elevada. Esse terá sido o fim da esperança no ressurgir de Idanha. A existência da nova fortaleza deu mesmo origem ao nome de Idanha-a-Velha, com que passou a ser designada para distinguir-se da nova Idanha.
Em 1510, numa derradeira tentativa régia de fazê-la ressurgir, D. Manuel I concede-lhe novo foral, mas nem assim a cidade recupera a sua anterior importância.
Testemunha da História, Idanha-a-Velha é hoje uma jóia viva, ainda que parada no tempo.
IDANHA-A-VELHA
Passaram por ti romanos,
Como antes os lusitanos
E mouros depois, também.
Nas lutas com castelhanos
Sangraste, sofreste danos,
Lutando como ninguém.
Em tempos, que são lendários,
Soavam teus campanários,
Tornados em voz de alerta;
Chegaram então Templários,
Tornados teus donatários,
E a morte tornou-se certa.
Nasceu uma nova Idanha,
Tão forte, rica, tamanha,
Conforme a muralha espelha,
Ficaste só, frente à Espanha,
Mais pobre e órfã, estranha,
Tornada em Idanha-a-Velha.
Vítor Cintra
No livro: MURMÚRIOS
17 Comentários::
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Amigo,
Um abraço, sem muralhas!
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Vitor...
Da proxíma vez ficarei mais tempo no belo Portugal.
Você nos da uma bela lição de história e geografia.
Obrigada , meu amigo.
Abraços com um largo sorriso...
Mais uma lição.
Vir aqui ler-te é ter a possibilidade de ficar a saber porque razão a nossa História é incomparavelmente rica.
Boa semana
Num lado aprendemos história, no outro vemos fotografias exemplares de geografia...
Com um abraço:
Oração da serenidade
"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras. "
Os que olhamos sem os vermos, os que vemos a padecer sem nada fazermos e dizermos. Os que vemos em sofrimento nas televisões, mas também nas nossas cidades, vilas e aldeias. Os que por vezes nos caluniam, nos perseguem.
Dai-nos forças, Senhor, para ter a capacidade de olhar e ver o nosso próximo. De aceitar a adversidade, de cabeça erguida. De ajudar quem precisa. De pedir ajuda quando necessário.
Dai-nos, Senhor, a capacidade da humildade e da preserverança.
Dai-nos, Senhor, humildemente, a serenidade de amarmos o próximo.
Vítor,
Tenho aprendido muito com este blog. Obrigada por esta oportunidade.
Te deixo um abraço.
Bonita localidade
Quanto ao comentário concordo pelamente com o que indica:
Nos não pretendemos mais do que uma verdadeira justiça
Saudações amigas
Só estive uma vez em Idanha-a-Velha no dia em que começou o Euro 2004 e fazia tanto calor que não tive o ensejo de me abastecer de Idanha! Ficou a promessa de uma volta mais demorada e agora já tenho aqui mais informação. Voltarei em breve!!!
Um abraço!!!
Só mesmo para deixar 1 beijo e 1 obrigada :)
Nunca aí estive. Mas parece mesmo "velha", como eu gosto.
Bom fim de semana.
Vítor Cintra:
Meu amigo Poeta: quão rica que são as rimas e significados históricos neste teu poema. Quem sabe, sabe! Obrigado e um abraço.
Eu não conheço Idanha-a-velha, mas a imagem é muito interessante!
Deixo-te aqui o meu beijinho e desejo que teu fim de semana seja perfeito!
Olá Vítor, Idanha é uma localidade muito bonita....tenho saudades de ir até lá.
Bjinhos e BOM FIM-DE-SEMANA!
Adoro o «queijo de Idanha»...Bela terra.
BOA NOITE DE SÁBADO PARA TI.
Começa hoje a verdadeira Odisseia, não de Homero, mas da Kalinka...estás curioso?
Então...
vem espreitar:
Uma dessas comodidades são as ruas subterrâneas, uma verdadeira cidade por baixo de ______, que permitem que a população transite sem precisar de casaco, botas, gorros e luvas. Ali, a temperatura é normal, talvez até um pouco quente demais. Na cidade subterrânea, as principais ruas do centro são interligadas por túneis, passagens para peões e escadas rolantes que ligam prédios comerciais, estações de metro, áreas de lazer, cinemas e hotéis, facilitando a vida dos peões. São mais de 30 km de extensão, onde as pessoas se encontram protegidas. Os turistas ficam fascinados com isso e, quando voltam da viagem, é só no que falam, como se em ______ não houvesse nada mais interessante que isso.
Bom domingo.
Que pena, mas não tenho o prazer de conhecer esta agradável terra «tão forte, rica, tamanha». Como sempre apreciei a imensa valia e qualidade do blogue. Boa semana.
Idanha-a-Velha é um dos meus locais de "culto".
O baptistério da Igreja Visigótica e o Museu de aras tumulares revisitados.
Beijo
Um grande abraço, e o agradecimento do interesse que portas a esta senhora idosa que é Idanha a Velha, senhora de quem sou apaixonado desde menino...
Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!
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