sábado, abril 25, 2009

Liberdade... ou ditadura partidária?

(imagem recolhida na internet)

António Capucho, Presidente da Câmara Municipal de Cascais defendeu, em entrevista ao Correio da Manhã, a redução do número de deputados.
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«Não acredito na operacionalidade nem na democraticidade das instituições parlamentares de dimensão excessiva. Fui líder parlamentar em duas circunstâncias e mais tarde ministro dos Assuntos Parlamentares. Sei do que falo: 50 deputados são suficientes para desempenhar cabalmente as competências constitucionais da Assembleia da República, sem prejuízo para a representatividade das forças partidárias e das regiões.»
Estas são, segundo a revista Sábado, palavras de António Capucho.
Quanto a mim, parece-me que este modelo de representatividade, exclusivamente partidária, onde a chamada "disciplina de voto" permite DITAR a vontade dum qualquer interesse (seja do DITADOR do partido, por mais imbecil que ele seja, ou do seu bando), já demonstrou, de forma cabal, o inviesamento do sistema, a que os priviligiados continuam a chamar de "democrático".
Que 50 deputados sejam suficientes, não restam dúvidas nenhumas, desde que esses deputados respondam perante os seus eleitores e NUNCA perante o "ditador" do seu partido. A não ser assim, até os 50 são demasiados, pois hão-de colocar sempre interesses clientelistas acima dos interesses da grei.
Em tempo de crise, não seria uma medida patriótica acabar com todo este parasitismo político?
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C E P T I C I S M O
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Além de ter passado a vida toda
Cumprindo o que julgava ser o certo,
Sou velho p'ra abraçar agora a moda
De dar valor diferente ao que está perto.
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Não creio haver políticos honestos;
São duas condições que não combinam.
Mas há aí, também, como no resto,
Pessoas esforçadas, que me animam.
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Pedir ao povo fé no Parlamento
Sem que, dali, lhe venha coisa em troca,
Além de muita "treta" e puco tento,
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É como mascarar um sentimento
De culpa, que a mudança nos provoca,
Se nisso for quebrado um juramento.
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Vítor Cintra
No livro: RECADOS

8 Comentários::

At 26/4/09 11:36 da tarde, Blogger Unknown said...

Caro Vítor,
grande soneto a assinalar o 25 de Abril.
Muito actual e totalmente correcto o seu conteudo.

Beijinhos,
Ana Martins

 
At 28/4/09 2:04 da manhã, Blogger Valdemir Reis said...

Obrigado! Obrigado! Obrigado! Amigo Vitor volto para agradecer por sua visita e também pelo seu gentil e amável comentário. Sinto-me feliz e honrado por sua amizade, muito gratificado pelo apreço que demonstra. Obrigado mais uma vez por sua presença. James Greene costumava dizer; "Todo o bem que eu puder fazer, toda a ternura que eu puder demonstrar a qualquer ser humano, que eu os faça agora, que não os adie ou esqueça, pois não passarei duas vezes pelo mesmo caminho.” Confesso que é muito confortante ter bons amigos mesmo que seja virtual, não importa. Assim desejo tudo de bom para você. Volte sempre! Encontrar-nos-emos sempre por aqui. Felicidades. Tenha uma semana recheada de muito brilho, sucesso, paz, saúde, bênçãos, proteção e alegria. Que Deus esteja presente em cada momento. Um fraterno abraço.
Valdemir Reis

 
At 1/5/09 8:05 da manhã, Blogger Odele Souza said...

Sobre a honestidade dos políticos, como no teu bonito soneto, também sou cética amigo.

Bom fim de semana.

 
At 2/5/09 2:17 da tarde, Blogger OUTONO said...

Ancorei por aqui, a convite amigo e encontrei o que chamo uma chama de coerência, quer de análise, quer de retrato pessoal.

Se 50 deputados chegam...não quero precisar...gostaria que fossem suficientes, aqueles que por dedicação à causa pública exercessem o cargo não remunerado.

Não cabe aqui, sistematizar a forma remuneratória que deveriam ter...mas nunca como deputados...e nunca permissível de acumular com outros cargos.

Não será preciso o Sr. António Capucho dizê-lo...o vulgar cidadão coerente sabe que é assim.

Obrigado primeiro, pela verdade de opinião.

Quanto à poesia e, à fotografia, que já tive o prazer de ver...destaco um bom gosto que me apraz registar. Bom gosto, de construção, sensibilidade e convidativo.

E, com isto o comentário já vai longo...mas também exerci o meu dever como autor e companheiro de blog.

Um abraço

 
At 2/5/09 7:22 da tarde, Blogger Luz said...

Verdadeiro e actual, o teu soneto e o comentário.
Luz

 
At 6/5/09 11:17 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Esse parasitismo é o mesmo, tal qual aí, o aqui no Brasil! Um ex parlamentar também manifestou esse desejo, mas morreu! :( Beijus

 
At 6/5/09 11:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Quanto à sua prosa, lembra da máxima "o poder corrompe?" - Vejo gente com boas intenções ingressarem na carreira política para daí um tempo essas intenções silenciarem para dar espaço a outras. Além de demonstrarem a fraqueza moral, existe a fraqueza diante do todo o gigantismo da máquina governamental. Já está tudo no esquema!! + Beijus

 
At 7/5/09 10:02 da tarde, Blogger Å®t Øf £övë said...

Vitor,
Eu acho que de liberdade o nosso parlamento só tem o nome, porque na realidade vivemos numa verdadeira ditadura camuflada pela palavra liberdade.
Abraço.

 

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