ÓBIDOS Uma das sete maravilhas de Portugal
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A história de Óbidos não se resume, apenas, nalgumas linhas. Ou mesmo em algumas poucas páginas. Mas Óbidos é incontornável. E, porque o é, torna-se impossível não lembrar ao menos alguns dos muitos factos que lhe estão ligados.
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Embora se registem vestígios de um povoado pré-campaniforme no Outeiro da Assenta, atribui-se aos romanos a fundação de Óbidos (Eburobrittium), no século I. Crê-se que a formação do topónimo deriva do vocábulo romano "oppidum".
Depois dos romanos, entre os séculos V e VIII, foram os visigodos os senhores de Óbidos. No local onde hoje se ergue a Igreja de Santa Maria, terá existido, construída pelos visigodos, uma primeira igreja.
Seguiu-se a ocupação árabe do século VIII ao século XII. Nesse período terão sido feitas obras de fortificação do castelo e da muralha exterior. Os árabes, após a conquista, converteram a igreja de Santa Maria em mesquita.
Por fim, no século XII, apesar da grandiosidade da fortificação, D. Afonso Henriques conquista a fortaleza e incorpora-a, definitivamente, no reino.
Óbidos, que foi sempre lugar predilecto, e local de refúgio, das mais ilustres senhoras, antes da fundação de Portugal, foi-o também, depois, das raínhas de Portugal.
Com a doação de Óbidos à Raínha Santa Isabel, a vila passou a fazer parte da Casa das Raínhas.
Em meados do século XIII Óbidos é cercada pelas tropas de D. Afonso, Conde de Bolonha (que mais tarde sobe ao trono como D. Afonso III), no conflito que o opõe a seu irmão o rei D. Sancho II, mas a população, apesar do sofrimento, mantem-se fiel ao rei.
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Em Óbidos nasceu, em 1320 D. João de Ornelas, que foi abade do Mosteiro de Alcobaça e um dos principais apoiantes de D. João I, na crise dinástica de 1383. Nasceu também Fernão Anes que, no reinado de D. Afonso V, foi sucessor de Gomes Eanes de Zurara, como guarda-mor da Torre do Tombo.
Em 1336 S. Teotónio foi nomeado prior da Igreja de Santa Maria.
A Óbidos estão ligados ainda nomes como os dos pintores Garcia Fernandes, Belchior Matos, além de Josefa de Ayala e Cabrera, filha do pintor obidense Baltazar Gomes Figueira, nascida em Sevilha e que ficou conhecida como Josefa de Óbidos.
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Ó B I D O S.
Quem por ti, Óbidos, passa,
Sente o fascínio do tempo,
Ao evocar a desgraça
Das guerras, cuja ameaça
Vinha nas vozes do vento.
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Mantens cercadas de ameias
Ruas estreitas, vielas.
Mas o fluir das ideias
Que, sem fragor, incendeias,
Não cabem lá dentro delas.
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Contam teus muros histórias
De sangue, heróis e pelejas,
De resistência, vitórias.
E, dessas tuas memórias,
Renasces, como desejas.
Vítor Cintra
No livro: MOMENTOS
10 Comentários::
Olá Vítor, mais um excelente texto com poema a condizer, como já nos habituaste.Gostei muito do texto e nesta temática sou mesmo leiga!De Óbidos pouco sabia, assim fiquei sabendo a sua história!
Ainda não fui de férias propriamente ditas e ainda bem porque o tempo não convida!Abraço!
Vitor...
Uma das minhas primeiras vistaa,foi Òbidos.
Quase tive um infarte..
Nunca vou esquecer Óbidos , Sintra.
e outros Castelos dos Sonhos.
Abraços com muito carinho.
Volto outro dia...
Vítor,
Confesso minha ignorância sobre o que você escreveu. Mas é exatamente por isso que é bom passar por aqui, pois recebe-se sempre um banho de cultura.
Te deixo um beijo.
Olá Vitor!
Uma das sete maravilhas de Portugal com tanta história e significado não podia faltar aqui!
Beijos
Vítor,
Inexplicávelmente Óbidos foi sempre um local que me fascinou, e que me faz voltar lá com grande regularidade.
Gosto de Óbidos...
E gostei do teu poema...
Abraço.
Só para pôr em dia a leitura do teu blog (e as fotos do outro lado que são soberbas e me trouxeram tanta saudade) precisei de 1 noite, mas valeu a pena, como sempre!
Beijo
......
Amigo Vítor,
eu sou um apaixonado por Óbidos
belo o teu poema
bela a tua homenagem
.......................
Abraço
Oi Vitor
Sempre aprendo aqui.
Obrigada
Beijinhos e boa semana.
Bem caro Victor, para lá do excelente post sobre a beleza de Óbidos, do excelente poema, que articula as suas gloriosas memórias, pensei nisto:
Sempre se combateu em nome de religiões,de interesses e, menos pelos próprios países e sua defesa interna.
Uma contestação pessoal
Abraço
Estive em Óbidos na semana que este post foi colocado... fiquei rendida e apaixonada!
E não encontro palavras para descrever o que senti.
Lindo poema!
Beijinhos crinhosos
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