MORREU O POETA ALBERTO LACERDA
O poeta Alberto de Lacerda, um dos fundadores da revista Távola Redonda, com Ruy Cinatti e David Mourão Ferreira, entre outros, faleceu em Londres, onde residia desde os anos 50, informou hoje o ensaísta e poeta Eugénio Lisboa, amigo do autor.
Segundo Eugénio Lisboa, foi o escritor Ian McEwan, amigo de Lacerda, quem, estranhando a ausência do poeta, com quem combinara almoçar, tomou primeiramente conhecimento da sua morte.
Quando o autor de «Expiação» chegou a casa de Lacerda, já este estava em coma. A sua morte ocorreu no domingo em Londres.
Para Lisboa, seu amigo e conterrâneo - são ambos naturais de Lourenço Marques, hoje Maputo - Lacerda é «um dos maiores poetas de língua portuguesa do século XX», um poeta «que tinha uma verdadeira paixão pela língua».
«Ele é um - qualificou - dos líricos mais puros da língua portuguesa. Era igualmente um homem de grandes convicções políticas. Era de esquerda. A sua poesia, embora contaminada por uma grande empatia com o sofrimento humano, em nada alterava o seu lirismo».
Segundo Eugénio Lisboa, foi o escritor Ian McEwan, amigo de Lacerda, quem, estranhando a ausência do poeta, com quem combinara almoçar, tomou primeiramente conhecimento da sua morte.
Quando o autor de «Expiação» chegou a casa de Lacerda, já este estava em coma. A sua morte ocorreu no domingo em Londres.
Para Lisboa, seu amigo e conterrâneo - são ambos naturais de Lourenço Marques, hoje Maputo - Lacerda é «um dos maiores poetas de língua portuguesa do século XX», um poeta «que tinha uma verdadeira paixão pela língua».
«Ele é um - qualificou - dos líricos mais puros da língua portuguesa. Era igualmente um homem de grandes convicções políticas. Era de esquerda. A sua poesia, embora contaminada por uma grande empatia com o sofrimento humano, em nada alterava o seu lirismo».
Diário Digital / Lusa
Porque será que Alberto Lacerda, sendo um homem de esquerda, não correu, depois do 25 de Abril de 1974, a sentar-se à mesa do Orçamento?
Será que Alberto Lacerda não era verdadeiramente um homem de esquerda, ou são os "homens de esquerda" da nossa praça que de esquerda só têm o facto de serem "canhotos"?Ao poeta, intelectual honesto, que os medíocres da (in)cultura doméstica ignoraram, aqui fica a homenagem simples mas sentida.
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P O E T A
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Ser poeta... é delirar,
Delirar alegre, ou triste,
Fazer versos é sonhar
Co' aquilo que não existe.
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Ser poeta... é esquecer,
Da vida a realidade,
É, num abraço, abranger
O mundo e a eternidade.
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Ser poeta, realmente,
É viver da ilusão
Nas horas de solidão,
.
É escrever o que se sente
Dando asas, livremente,
À nossa imaginação.
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Vítor Cintra
No livro: DISPERSOS
11 Comentários::
Vítor,
A verdade é que a literatura ficou mais pobre, fica o seu legado para que possa sempre ser recordado, o que ajudará a valorizar a humanidade.
Abraço.
Um poema muito bonito que revela a faceta do poeta.
Uma justa homenagem ao Poeta Alberto Lacerda.
Um beijo com carinho
Uma homenagem bela e merecida ao poet que este país de mentes pobres esqueceu.
Tenho andado um pouco retirada mas n esqueço os locais que gosto, como é aqui este lugar de poemas lindos.
Abraço forte
Vítor,
Que bonita sua homenagem a Alberto Lacerda. E perfeita sua definição do que é ser poeta.
Um beijo.
Querido Amigo, uma homenagem lindíssima ao Poeta Alberto Lacerda!
Descreves o Poeta na perfeição!
Mil beijos
Muito bonita esta homenagem ao Poeta.
O mundo sempre fica mais escuro quando um poeta se vai...
beijos
Amigo,
Este teu post poderia ser um abanão nas consciências, não fosse o caso dos (in)cultos, serem também... obtusos(?)
Boa semana
confesso que desconhecia . vou ter de ler alguma coisa dele.
Uma Homenagem sentida, comovida e bela ao poeta Alberto Lacerda.
Beijos
Morre o homem, fica o poeta. A tua homenagem é muito bonita. Beijos.
Uma boa interrogação:-O que são os homens de esquerda?
Abraço
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