ALEXANDRA - A sentenciada ao exílio.
Perante mais uma aberração jurídica produzida a coberto da irresponsabilidade que caracteriza as decisões de tantos «intocáveis», é difícil não sentir vontade de perguntar porque razão não há em Guimarães, gente com tanta garra como as gentes de Mortágua?
Acabamos de assistir a mais uma arbitrariedade que, em resumo, se pode sintetizar assim:
a) Condenação ao exílio, nas estepes russas, de uma criança de seis anos, cujo único crime é o de ser criança, ter a mãe que tem e não merecer por isso o respeito de alguém que se considera superior e absoluto;
b) Passagem de um Atestado de Incompetência, às autoridades judiciais e instituições com competência e conhecimento, que, inequivocamente aconselhavam uma atitude de lucidez e prudência.
c) Incapacidade para aprender com um Tribunal de Primeira Instância, cuja sentença revela respeito pelos mais elementares direitos da criança, além de prudência e discernimento;
d) Privação de direitos de terceiros (nomeadamente do pai, que nem sequer foi ouvido), na produção duma sentença de consequências com contornos irrevogáveis.
Etc., Etc.. (Porque ainda há mais).
Este aberrante "aleijão" intelectual, fruto duma autoconvencida sapiência, que agora parece incomodar o sr. juiz, trará necessariamente consequências (já está a trazer), e deixará, inequivocamente, marcas futuras tão graves e tão profundas na criança condenada, que, ao imaginá-las, não posso deixar de formular estes votos:
1/ Que a consciência (se é que a tem) do sr. "Quero, Posso e Mando" lhe dê a condenação que a sua arrogância, a sua arbitrariedade e prepotência e a sua falta de de discernimento e lucidez sentenciou àquela criança;
2/ Que a sua vida seja tão longa, e tão sofrida quanto a daquela menina, para que essa consciência lhe possa cobrar essa pena, até ao último alento;
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Quando será que neste país vai deixar de haver «intocáveis»?
Quando será que os «incomodados» começam a ser responsabilizados pelos seus actos e decisões arbitrárias?
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I N C A P A Z
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Aqui, neste país de "faz de conta",
«Justiça»?... Só se diz, mas não se faz.
Aqui, ser consciente é uma afronta,
Quando se faz juiz um "incapaz".
.
Aqui só há «Justiça»(?) incompetente,
Pedante até, de tão empertigada,
Com ar de quem se julga eficiente;
Só toga, porque dentro não há nada.
.
Condena uma criança, com presteza,
À vida nas estepes, como quem
Tem "culpa" por ter tido aquela mãe.
.
E, sem discernimento, nem certeza,
Decide que, sem traumas, a criança,
Só tem que agradecer-lhe tal mudança.
.
Vítor Cintra
I N C A P A Z
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Aqui, neste país de "faz de conta",
«Justiça»?... Só se diz, mas não se faz.
Aqui, ser consciente é uma afronta,
Quando se faz juiz um "incapaz".
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Aqui só há «Justiça»(?) incompetente,
Pedante até, de tão empertigada,
Com ar de quem se julga eficiente;
Só toga, porque dentro não há nada.
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Condena uma criança, com presteza,
À vida nas estepes, como quem
Tem "culpa" por ter tido aquela mãe.
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E, sem discernimento, nem certeza,
Decide que, sem traumas, a criança,
Só tem que agradecer-lhe tal mudança.
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Vítor Cintra
7 Comentários::
Caro Vítor,
aplaudo este post revelador de uma revolta legitima. Infelizmente no nosso País aberrações como esta já são o prato do dia.
Aquele Juiz condenou uma criança a sofrer uma mudança terrível em sua vida obrigando-a a viver com uma estranha que não passa de quem a pariu, esquecendo-se dos afectos, dos PAIS e IRMÃOS que lhe deram todo o amor, dos amiguinhos e de tudo o que lhe era familiar.
Aquela menina foi para outro país a 4000 km dos que realmente ama, para junto de pessoas por quem não tem qualquer tipo de sentimento e que nem sequer entende. Como eu temo pela felicidade desta menina totalmente perdida.
Bem-Haja Vítor pelo post e pelo soneto que aqui testemunham o seu sentir.
Beijinhos,
Ana Martins
....
Minha amiga Ana,
Se há neste caso alguma coisa que não seja repugnante digam-me, porque eu não consegui ainda vislumbrar nada.
Desde as baboseiras, de que o acórdão é farto, passando pelos juízos de valor e considerações gratuitas e ofensivas nele vertidas, até à conclusão e sentença, tudo nele revela mesquinhez e uma prepotência e estupidez sem tamanho.
É impossível não sentir revolta, indignação, repugnância face ao resultado duma sentença OBTUSA que, desprezando todos os avisos e desafiando os mais elementares direitos duma criança, a condenam ao exílio.
Se o meu cepticismo sobre a competência desta classe de intocáveis já era pouca, este caso comprova à sagacidade que a "Justiça" não existe nem funciona, porque caiu nas mãos da chamada "Fina Flor do Entulho".
Obrigado pelas tuas palavras.
Um abraço
Olá Vitor ...
tens toda a razão e subscrevo na integra as tuas palavras ...
é revoltante e nojento o que se passa no nosso País ... a impunidade dos grandes ... enfim ...
parabens por mais este maravilhoso poema ...
beijinhos
oi ...
a comentário anterior é meu ...
estava é com outra conta aberta ..
é muito triste, de facto...
Que raio de país este que condena uma criança inocente e uma família que cuida e dá liberdade de acção a tantos marmanjões sem escrúpulos, que condena a seriedade, pune a honestidade e eleva a falta de caracter e a sem vergonhice...
Será que isto nunca vai mudar?
Casa Pia, Universidade Independente, Freeport, Esmeralda, Alexandra e tantos outros que, pouco a pouco, se vão apagando da memória deste povo desmemoriado em que nos tornámos...
Fico trite e revoltada...
Quando é que damos as mãos e acabamos com esta pouca vergonha?
Deixando as tristezas e revoltas a que ainda vamos tendo direito e para te animar um pouco, embora de uma forma muito superfula, deixei-te um miminho no Pequenos Passos. Um beijinho
Luz
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