terça-feira, julho 22, 2008

FUNCHAL - 500 anos

(Funchal - Praça do Município)


Corria o ano de 1508 e reinava D. Manuel I, quando o Funchal foi elevada a cidade.
Cinco séculos depois, multiplicam-se as iniciativas comemorativas a que, com este artigo, nos associamos.
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Que sensações teriam assaltado os primeiros navegadores portugueses, quando em 1419, após dias e dias de céu e mar, começaram a ver emergir lentamente, no horizonte, aquela massa de terra, forrada de luxuriante e densa floresta, origem do nome que lhe foi dado?
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Nos dias de hoje, quem chega, seja por ar ou por mar, não consegue disfarçar um olhar de encanto, face ao deslumbrante cenário duma cidade que se desdobra, num impressionante anfiteatro, do alto da Senhora do Monte até à baía.
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F U N C H A L
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Simpatia por bandeira.
Baptizada de "Funchal",
- Sobrenome "hospitaleira" -
És raínha na Madeira
E princesa em Portugal.
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Deu-te Deus esse bom clima,
Um mar largo bem defronte,
Deu-te a fé, que te ilumina
E te leva, encosta acima,
À Senhora, lá no Monte.
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Vives brilho, som, calor,
Carnaval feito folia.
E os festejos vão da flor
Ao Fim d'Ano, fogo e cor,
Transbordantes de alegria.
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Vítor Cintra
No livro: AFAGOS

quarta-feira, julho 09, 2008

ERROS OU INCOMPETÊNCIAS?

(imagem recolhida na internet)

Num Estado, que se diz, de direito, repetem-se, multiplicam-se aliás, as situações de abuso, de falácia, de irresponsabilidade, não só dos agentes desse mesmo estado, mas - o que é ainda mais grave - dos detentores do poder do estado.
Repetidamente chegam ao conhecimento público situações caricatas como a do cidadão que procede à renovação da sua «carta de condução» e que, com surpresa, constata, ao receber a nova carta, que a fotografia nela aposta não é a sua mas sim - pasme-se - a duma senhora. Ou situações absurdas como a daquele que tendo dividido a sua propriedade em lotes, passa a receber notificação para pagar IMI não só dos lotes que resultaram da divisão mas também da propriedade original, como se a mesma ainda existisse.
E não se invoque o "engano", como justificação, só porque errar toda a gente erra. É certo que todos cometemos erros. Mas os erros corrigem-se e é dever de quem os cometeu minimizar os prejuízos causados a outros, ou até ressarcir quem foi prejudicado, se for caso disso.
O estado e os seus agentes, porém, não só não assumem nunca a responsabilidade dos seus erros como ainda penalizam por eles o cidadão, exigindo-lhe que, como no caso do IMI, primeiro pague para depois poder reclamar.
Mas como não haveria de ser assim?... Num estado em que um ministro, a quem alcunharam de «dr. Penhoras», vem com descarada e despudorada falácia, anunciar como benefício fiscal para as famílias mais carenciadas, o alargamento das deduções do IRS?...
Acaso as famílias carenciadas têm rendimentos suficientes para serem abrangidas por tributação em sede de IRS?... Ou será que "famílias mais carenciadas", na linguagem do sr. ministro tem um outro sentido?... Talvez se refira a quem acumula mais uma reforma de 3.000 € por ter trabalhado 3 meses numa emissora de rádio do estado, quem sabe?!
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P O B R E Z A
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Ao sentirmos o mau cheiro
Que se espalha na cidade,
À lembrança vem primeiro
Uma ideia: 'sujidade'.
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Mas não é porque a limpeza
Não se faça a horas certas;
É o cheiro da pobreza
Que há nas ruas, já desertas.
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É mau cheiro, mas da alma,
De quem muito tem e come,
Sem pensar em quem tem fome;
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Pois na noite, dita calma,
Andam pobres, sem ter nada,
A dormir em vãos de escada.
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Vítor Cintra
No livro: RECADOS