domingo, fevereiro 27, 2011

Nas brumas da magia

Dia 5 de Março de 2011, pelas 16,00 horas
Apresentação conjunta dos livros
«Os Amigos do Nicolau» e «Nas brumas da magia»
no Auditório do nº 56 do Campo Grande, em Lisboa.
Entrada livre

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Três perguntas cândidas

(imagem recolhida na internet)
É sob o título em caixa que Pedro Norton, em artigo de opinião, na revista Visão, levanta uma série de questões, agrupadas em três perguntas, de que destaco a primeira, sobre a qual vale a pena reflectir.
«1 - É possível reintroduzir, no discurso público e na praxis política, um conjunto mínimo de referenciais éticos, de valores básicos, que possam servir de chão comum a uma sociedade política que deles depende para ser plenamente legitimada? É possível voltar a ouvir falar de decência, de probidade, de retidão? É possível alicerçar um discurso e uma proposta política em conceitos caídos em desuso? E é possível, a um candidato a primeiro-ministro, assumir, inequivocamente, esta bandeira, a ponto de com ela se comprometer e dela fazer depender o seu futuro político?...»
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Quanto a mim, céptico que sou, face à pouca moralidade e à muita desonestidade de políticos, que estudaram pela cartilha dos sevandijas, oportunistas e mafiosos, não tenho dúvida em afirmar que, nas actuais circuntâncias, não é possível. Para que se torne possível, será necessário demonstrá-lo com actos. E esses actos passam, em primeiro lugar, por exigir responsabilidades a quem, ao longo dos anos lançou Portugal neste lamaçal, julgando e punindo os culpados, os corruptos, os compadres, os oportunistas, os mafiosos. Mas, como se há-de responsabilizar e punir os culpados com uma justiça que, pelo menos aos olhos dos cidadãos, não funciona? Ou está, salvo raras e honrosas excepções, senão ao serviço dos ditos compadres, pelo menos escandalosamente comprometida com eles?
Este regime político está esgotado. Completamente esgotado! Os actores que se exibem no palco da política são desonestos demais, mentirosos demais, medíocres demais, incompetentes demais e até demasiado ladrões para que se acredite que farão, seja o que for, além de se governarem e nos desgovernarem. A verdade é que, cada dia que passa, piora a vida dos portugueses e o futuro de Portugal fica cada vez mais hipotecado.
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D I S S I D E N T E
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Sou dissidente do mundo
Quando, na minha demanda,
Faço passar por ciranda
Sonhos, segundo a segundo.
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Sou dissidente do mundo,
Quando não quero aceitar
Formas de ser, e de estar,
Dum egoísmo profundo.
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Sou dissidente do mundo,
Ao condenar a desgraça,
Que por política passa,
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Quando transforma em imundo
O que há de nobre num povo,
Sob o chavão: "país novo".
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Vítor Cintra
No livro: MURMÚRIOS

terça-feira, fevereiro 01, 2011

REGIME POLÍTICO

(imagem recolhida na internet)
Enquanto os (des)governantes desta pobre nação - com Sócrates e Teixeira dos Santos a encabeçar o rosário de imbecilidades, diariamente debitadas por todos os meios - vão, irresponsavel e impunemente, endividando o país, delapidando recursos, num imoral esbanjamento dos dinheiros públicos, estrangulando a economia com uma exagerada carga fiscal e hipotecando o futuro, sem deixarem de repetir, até à saturação, "Não precisamos do FMI", reputados e respeitados economistas, continuam unanimemente a defender o contrário. Desta feita é Silva Lopes quem, à margem da conferência «Portugal 2011: Vir o Fundo ou ir ao Fundo?», a decorrer em Lisboa, quem o afirma.
Enquanto isso, começam a ouvir-se vozes que, como Rui Rio , na cerimónia de inauguração da estátua evocativa do centenário da república, defendem que o regime político «necessita de reformas profundas».
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Mas será que há ainda, neste simulacro de democracia, alguma coisa que possa ser reformada?... Porque será que os políticos receiam tanto o FMI? Será por receio de verem desmascarada a sua incompetència, ou porque não querem abrir mão da possibilidade de saquearem o país até ao último cêntimo?
Um regime em que o compadrio campeia, a incompetência impera, a corrupção comanda, a Justiça não funciona, o que resta que possa ser reformado? Não será tempo de substituir o regime e começar tudo de novo?
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A M A N H Ã
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Mostra-se amargo o presente
Quando o silêncio, ditado
Pela ganância, consente
Que exista fome a seu lado.
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Mostra-se negro o futuro
Que a 'scuridão, no passado,
Fundamentou inseguro
Por ser de mágoas marcado.
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E porque hoje se sente
Que o tempo está balizado
Pelo que é certo, ou errado,
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Entendo eu, de repente,
Que é quase certo ser duro
Esse amanhã, tão escuro.
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Vítor Cintra
No livro: FRAGMENTOS