sábado, novembro 25, 2006

ATÉ QUANDO?...Povo cego!


(Imagem recolhida na net)

DE REGRESSO...

... e depois dos filhos e netos, chegou a hora de visitar os amigos. Agradecer as visitas que me foram feitas e responder às mensagens recebidas é, afinal, um prazer.
Antes, porém, considero importante dar testemunho da minha solidariedade. É que, acabo de ler Povo que escarras no rio e, perante este desabafo de protesto e revolta, não posso, nem quero, dixar de manifestar o meu apoio e expressar uma homenagem sincera, ainda que humilde, ao homem que teve a dignidade de o escrever. Insurgir-se, com tão honesta frontalidade, contra a indiferença e o desrespeito com que, com abjecta desvergonha, os políticos continuam a tratar aqueles que souberam servir Portugal, revela uma nobreza de carácter que deve ser realçada.
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PORQUÊ?...

Quem nunca combateu, não teve medo,
Nem sabe quão amargo é o sabor
De não poder falar desse segredo,
Sem ver diminuído o seu valor.

Mas, quem por lá andou, sente revolta,
Num misto de amargor e apatia,
Ao ver-se injustiçado, quando volta
À terra que o mandou lutar, um dia.

Porquê?... Se nem os mortos se recordam?...
- Supremo sacrifício de soldados,
Sem tempos de memória consagrados. -

"Porquê?..." Gritam as vozes que me acordam,
Nas noites que, chamando do além,
Perguntam a razão de tal desdém.

Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA

sábado, novembro 04, 2006

MARVÃO - Guardiã da Fronteira

Burgo Medieval

Durante os próximos dias, vou estar ausente, em viagem por terras de Vera Cruz (obrigado Cris, pela correcção). Mas, para quem não pode agora tirar uns dias de férias, ou não pode ir tão longe, vou deixar uma sugestão para um optimo fim de semana. Visitar MARVÃO.
Este burgo medieval, que agora se candidata a Património Mundial, pilar - como outros - da portugalidade ao longo de séculos, respira ainda a força, a tenacidade, daqueles portugueses ilustres e anónimos que ontem, como hoje, mesmo sendo poucos, se recusaram a desistir.
Marvão vale pela sua história rica (de séculos), pela sua gente (simples mas hospitaleira), pela sua gastronomia (de sabores da tradição), pela sua vontade de permanecer nobre (desde que D. Manuel I a reconheceu assim).
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M A R V Ã O
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No topo do penhasco empoleirada,
Da terra lusitana guardiã,
Emerges do passado, inconquistada,
Disposta a conquistar um amanhã.
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Conservas nas muralhas a memória
Que faz, do teu passado, teu presente,
E rasgos da coragem e da glória
Que deu nobreza e honra à tua gente.
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Ecoam-te nas pedras das calçadas,
Os sonhos, que restaram como herança
Do tempo em que era grande esta Nação.
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E nelas, ao viver de poucos nadas,
Adornas o mistério da pujança,
Que um dia se verá em ti, Marvão.
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Vítor Cintra
No livro: HORIZONTES

quarta-feira, novembro 01, 2006

MADRE TERESA DE CALCUTÁ

(Imagem recolhida na net)
"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas"
Madre Teresa de Calcutá

Há personalidades que marcam as nossas vidas de forma negativa (muitas), de forma positiva (bastantes). Algumas, de um modo que merece veemente repúdio (mais do que as necessárias), mas outras de um modo que nos deslumbra, enternece, encanta (muito poucas).
A albanesa Agnes Gonxha Bojaxhiu faz parte deste último grupo de pessoas.
Crentes, ou não crentes, creio que ninguém dirá que esta mulher não soube dar sentido à vida, fazendo, da missão a que se dedicou, um exemplo vivo do Evangelho.
Nasceu a 27 de Agosto de 1910 e faleceu a 05 de Setembro de 1997, numa altura em que as atenções do mundo estavam pendentes das notícias sobre o fim trágico da princesa Diana.

MADRE TERESA

A vida inteira dedicou a Deus.
Humildemente, transformou em regra
Tomar dos outros, com total entrega,
Os sofrimentos, como sendo seus.

Dos pobres, pobres, fez-se companheira;
Entre os doentes, mitigou a dor;
Aos desvalidos soube dar amor;
Entre os humildes foi ela a primeira.

O seu trabalho não vendeu jornais.
Não teve jóias, nem vestiu vaidade.
Não foi notícia. Só fez Caridade.

Por ser humilde, quem sabe, demais,
Deus permitiu-lhe até o ter morrido
Enquanto o mundo estava distraído.


Vítor Cintra
No livro: DISPERSOS