quinta-feira, fevereiro 18, 2010

"A VERDADE DA MENTIRA"

(imagem recolhida na internet)
Segundo notícia divulgada hoje pela SIC, no site em sublinhado, «o julgamento da proibição do livro "Maddie - A Verdade da Mentira" chegou hoje ao fim com a leitura da decisão. A juíza da 7ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, Gabriela Cunha Rodrigues, comunicou que mantém a interdição da venda do livro do ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral».

Se a tese defendida por Gonçalo Amaral não tem sustentação, porque será que, para o calar, em vez de se demonstrar o seu erro, se enveredou não só por lhe negar o direito ao trabalho, quiçá mesmo por lhe destruir a vida, mas até por deitar mão de todos os meios para o amordaçar?...
Será que a tão apregoada liberdade de expressão é um direito somente de alguns, como por exemplo, do sr. Sócrates, quando fala das notícias e dos jornalistas que lhe não são favoráveis?

D E S R E S P E I T O

Atrás do avental, com secretismo,
Encobre-se a verdade, a desvergonha
E mostra-se cruel o servilismo,
Capaz de perseguir quem se lhe oponha.

A honra de quem cumpre nada vale,
Tal qual como a justiça, ou a razão,
Se quem prevaricou usa avental.
Assim se humilha toda uma nação.

A vida destruída, em desrespeito
P’la honra, p’lo bom nome e p’lo direito
Do homem que, servindo, foi leal

Apouca esse poder que, sendo eleito,
Revela-se sem honra, nem moral
E trai, cobardemente, Portugal.

Vítor Cintra

terça-feira, fevereiro 02, 2010

MÁRIO CRESPO e a censura

(imagem recolhida na internet)

O jornalista da SIC Notícias Mário Crespo denuncia esta segunda-feira, num artigo publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro, ter sido o centro de uma conversa entre José Sócrates, Jorge Lacão e Pedro Silva Pereira, na qual terá sido descrito como "mentalmente débil".

No texto, intitulado 'O Fim da Linha', Mário Crespo afirma que a conversa ocorreu no dia 26 de Janeiro, dia da entrega do Orçamento no Parlamento, num hotel de Lisboa. À mesa estavam o primeiro-ministro, o ministro dos Assuntos Parlamentares, que tem a tutela da Comunicação Social, o ministro da Presidência e um executivo de televisão, que o jornalista não identifica. 'Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil ('um louco') a necessitar de ('ir para o manicómio'). Fui descrito como 'um profissional impreparado', pode ler-se no texto.

Mário Crespo faz ainda uma análise de 2010, entendendo que 'o primeiro-ministro já não tem tantos 'problemas' nos media como tinha em 2009'. O final do ‘Jornal de Sexta' da TVI e o afastamento de Manuela Moura Guedes, a saída de José Eduardo Moniz da TVI, a demissão do director do Público, José Manuel Fernandes, são alguns dos alegados problemas resolvidos no ano passado, que o jornalista descreve.

O artigo «O Fim da Linha», que deveria ter sido publicado no JN, foi censurado pela direcção do jornal.
É óbvio que Mário Crespo, pelo seu profissionalismo e independência, incomoda qualquer ditador e, consequentemente, não pode, por isso, deixar de incomodar também os bajuladores, ávidos das benesses orçamentais.
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R E S I S T Ê N C I A
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Resistem, no presente, os que ficaram,
Outrora, num tormento de amargura,
Mas, sem disistir nunca, se lançaram,
De peito aberto, à luta, que era dura.

Resistem, sem pensarem que é em vão
Que tentam manter vivo, no país,
O sopro, que varreu toda a nação,
À volta doutro tempo mais feliz.

Resistem!... Mas o tempo é de cobardes,
Na sombra, conspirando, traiçoeiros,
Vendidos à ganância de terceiros.

Mas, tal como às manhãs sucedem tardes,
Depois das muitas teses, em que insistem,
Dará razão o tempo aos que resistem.

Vítor Cintra
No livro: RECADOS