quarta-feira, julho 29, 2009

PROMESSAS... o dia a dia dos políticos

(imagem recolhida na internet)

Primeiro fecham-se maternidades, urgências hospitalares, cuidados de saúde primários, seguidamente fomenta-se desesperadamente o aborto, depois decide-se a distribuição de preservativos nas escolas, finalmente (em época eleitoral, evidentemente) acenam-se 200 € por nascimento, como incentivo à natalidade.
Se isto não fosse mais uma das absurdas idiotices com que, ao longo dos anos, temos sido brindados pela tacanha visão dos políticos, teria que ser tomado como anedota. Acontece que o neurónio de utilização colectiva dos políticos, de tão pouco utilizado que tem sido, deve ter perdido a noção do ridículo.
O que vale é que, vinda de onde vem, a promessa não passa disso mesmo.
Vendo bem as coisas, mais promessa menos promessa, que diferença faz?!
É apenas mais uma entre milhares. Se não for cumprida quem é que vai estranhar?
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E X P E C T A T I V A
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Ao romper da madrugada
Ouviremos as razões
De quem pouco sabe, ou nada,
Mas pretende dar lições.
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Sentiremos assumidas,
Sem reservas, posições
Que pretendem ver, nas vidas,
O valor dalguns cifrões.
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E veremos que suporte
Fundamenta as decisões
Que forjaram dor e morte,
Sem quaisquer hesitações.
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Saberemos se é verdade
Que o sentir das multidões
Muda co'a facilidade
Com que mudam os sermões.

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Vítor Cintra
No livro: DIVAGANDO

quarta-feira, julho 22, 2009

A dança dos compadres...

(imagem recolhida na internet)
Continuam a somar-se as «operações» pouco claras dos compadres. Desta feita é, uma vez mais, o iluminado "Jamais do deserto" (leia-se 'jamé') quem está no centro da polémica. Polémica que, como não podia deixar de ser, tem como base a monumental factura, que a incompetência (será?) nos vai obrigar a pagar, durante décadas.
A oposição, senão em uníssono pelo menos em peso, aponta o dedo à duvidosa negociata, que o Diário Digital, citando a Lusa, noticía.
O "zé" assiste, revoltado e enojado, ao lavar da roupa suja, ciente de que, seja qual for o resultado do alarido, será sempre ele o pagador.
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G A N Â N C I A
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Não basta pretender ganhar fortuna
À custa de princípios, ou direitos,
Pensando que os destinos 'stão sujeitos
À força, sem razão, inoportuna.
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Quem anda por caminhos duvidosos
Em busca da fortuna, que não tem,
Acaba, certo dia, sem ninguém,
Chorando os seus triunfos, ruinosos.
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Não há maior fortuna que ser pobre,
Mas ter, na rectidão e na prudência,
A força que dá paz à consciência;
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Pois quem juntar riqueza, que lhe sobre,
Acaba moralmente prisioneiro
Daquilo que só paga com dinheiro.
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Vítor Cintra
No livro: DIVAGANDO

sexta-feira, julho 10, 2009

Enquanto vou e volto...


Deixo-vos na companhia de Francis Goya.

(desliguem a música de fundo e deliciem-se)

sexta-feira, julho 03, 2009

EDUCAÇÃO - Uma questão de berço



De asneira em asneira, de calinada em calinada, o ministro "Maizena" acabou por quebrar o verniz e mostrar-se inteirinho, tal como é, sem disfarces nem camuflagens. O povo diz, na sua sabedoria:

«Aquilo que o berço dá, só a tumba leva!»

A rápida reacção do sr. Sócrates revela o seu incómodo, face à falta de respeito do seu ministro, não pelo adversário a quem foi dirigido o insulto, mas sim pelo local por ele escolhido para palco da sua má educação. O Parlamento.
Mas mostra também a sua determinação em deixar pelo caminho, sem contemplações, quem quer que se atreva a colocá-lo em causa, ou em situação incómoda, mesmo que se trate de um dos seus apaniguados mais bajuladores.
Neste caso, porém, diga-se em boa verdade, que a reacção foi célere, mas correcta.
E, por muito que os bajuladores, os oportunistas, os lacaios, autointitulados de "comentadores", se desdobrem em justificações e desculpas para o sucedido, e se multipliquem em servilismos os pasquins - falados ou escritos - que se dizem imprensa, na tentativa de minimizar o caso, o certo é que, desta feita, a censura não conseguiu evitar o que todo o país viu, em directo.
Não venham, pois, com imbecis argumentações, tão estúpidas como essa de que o sr. Maizena está cansado, porque o cansaço não desculpa a má educação. Nem nos venham dizer que foi um ministro muito bom, que revelou capacidades técnicas extraordinárias, que até solucionou a questão das minas, blá, blá, blá... porque se começarmos a enumerar os fracassos deste senhor desde o encerramento da Opel na Azambuja (por absoluta incompetência e anormal arrogância), os seus fracassos como técnico e como político, só são equiparáveis, em grandeza, à sua má educação. Considere-se, apenas, o valor dos investimentos deslocalizados e, mesmo sem ter em conta os monumentais erros da política económica, ter-se-à noção da enorme factura da sua incompetência, que o país está a pagar e há-de pagar ainda durante muitos anos.
A verdade é que se tivesse sido demitido juntamente com o "fecha maternidades" já ia tarde.
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P A R Á B O L A
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É assim que se resume

Duma forma adequada,
O vilão que muito assume
Mas que pouco faz, ou nada.
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"Presunção e água benta,
Cada qual toma a que quer!"
Diz o povo, que apresenta
Em ditados o saber.
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E, se quando o diz, resume
A distância da vaidade
Às razões da humildade,
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No dizer também assume
O sentir de muita gente
Que não diz tudo o que sente.

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Vítor Cintra
No livro: ECOS