Esta peculiar «demokratia» está tão debochada, tão desacreditada, tão sem rei nem roque, tão feita de compadrios e mentiras que, diariamente assistimos ao inimaginável.
Dois casos, apenas para ilustrar esta minha opinião:
1/ No mesmo dia, num curto intervalo, ouvimos duas versões completamente opostas sobre a permanência em funções de um determinado funcionário superior, suspeito de ilícitos. Na primeira, o ministro responsável pela pasta diz que, só depois de ouvir o funcionário, numa reunião agendada, tomará uma decisão. Na segunda, alguns minutos depois, o primeiro ministro confrontado com a questão, diz que o ministro já tomou a decisão de substituir o funcionário.
Quem é que mente?... O ministro que disse que tomaria a decisão depois de ouvir o funcionário, ou o primeiro ministro que afirmou aos parlamentares que o ministro já tinha tomado a decisão?
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2/ É pública a animosidade do sr. Sócrates, relativamente a alguns órgãos de comunicação social, que o não bajulam, ou que seguem uma linha editorial menos instrumentalizável. A estação TVI de televisão, é talvez o seu inimigo de estimação maior, no mundo jornalístico.
Apesar da "Golden Share" do Estado no capital da Portugal Telecom o sr. Sócrates, confrontado com os contornos da negociata, afirmou ao Parlamento desconhecer que a PT se preparava para assumir o controlo da estação televisiva em questão. Insurgindo-se contra os parlamentares por estarem a questioná-lo sobre um assunto de mero interesse empresarial (segundo ele).
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A análise das questões que, quer as negociatas, quer as afirmações do político levantam, não devem passar sem uma reflexão séria.
A verdade é que nem sequer sei bem o que é que é mais grave.
Se o, alegado, desconhecimento do primeiro ministro, sobre uma decisão estratégica numa "Golden share" - o que, a ser assim, demonstra a completa incompetência governativa -, ou se as afirmações, proferidas naquele tom arrogante, no seu costumado jeito de "prima dona" ofendida, contra uma oposição que o confronta com a negociata, sob o pretexto de que se trata de um mero negócio, sobre o qual o governo não tem que se pronunciar.
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«Quem não quer ser lobo... não lhe veste a pele»
M E N T I R O S O
.Político mentirosoMente uma vez, sempre mente;Mas o que é mais curioso,Mente compulsivamente..Político mentiroso,Nem já disfarça que mente;Naquele tom belicosoMente descaradamente..Político mentiroso,Nem sabe já porque mente;Mas quando está furiosoMente até à sua gente..Político mentiroso,Mente, mente, mente, mente;Mas o que é mais vergonhosoÉ pôr um ar de inocente..Vítor Cintra