domingo, junho 28, 2009

T V I - E os tentáculos...

(imagem recolhida na internet)

Esta peculiar «demokratia» está tão debochada, tão desacreditada, tão sem rei nem roque, tão feita de compadrios e mentiras que, diariamente assistimos ao inimaginável.
Dois casos, apenas para ilustrar esta minha opinião:
1/ No mesmo dia, num curto intervalo, ouvimos duas versões completamente opostas sobre a permanência em funções de um determinado funcionário superior, suspeito de ilícitos. Na primeira, o ministro responsável pela pasta diz que, só depois de ouvir o funcionário, numa reunião agendada, tomará uma decisão. Na segunda, alguns minutos depois, o primeiro ministro confrontado com a questão, diz que o ministro já tomou a decisão de substituir o funcionário.
Quem é que mente?... O ministro que disse que tomaria a decisão depois de ouvir o funcionário, ou o primeiro ministro que afirmou aos parlamentares que o ministro já tinha tomado a decisão?
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2/ É pública a animosidade do sr. Sócrates, relativamente a alguns órgãos de comunicação social, que o não bajulam, ou que seguem uma linha editorial menos instrumentalizável. A estação TVI de televisão, é talvez o seu inimigo de estimação maior, no mundo jornalístico.
Apesar da "Golden Share" do Estado no capital da Portugal Telecom o sr. Sócrates, confrontado com os contornos da negociata, afirmou ao Parlamento desconhecer que a PT se preparava para assumir o controlo da estação televisiva em questão. Insurgindo-se contra os parlamentares por estarem a questioná-lo sobre um assunto de mero interesse empresarial (segundo ele).
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A análise das questões que, quer as negociatas, quer as afirmações do político levantam, não devem passar sem uma reflexão séria.
A verdade é que nem sequer sei bem o que é que é mais grave.
Se o, alegado, desconhecimento do primeiro ministro, sobre uma decisão estratégica numa "Golden share" - o que, a ser assim, demonstra a completa incompetência governativa -, ou se as afirmações, proferidas naquele tom arrogante, no seu costumado jeito de "prima dona" ofendida, contra uma oposição que o confronta com a negociata, sob o pretexto de que se trata de um mero negócio, sobre o qual o governo não tem que se pronunciar.
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«Quem não quer ser lobo... não lhe veste a pele»
M E N T I R O S O
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Político mentiroso
Mente uma vez, sempre mente;
Mas o que é mais curioso,
Mente compulsivamente.
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Político mentiroso,
Nem já disfarça que mente;
Naquele tom belicoso
Mente descaradamente.
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Político mentiroso,
Nem sabe já porque mente;
Mas quando está furioso
Mente até à sua gente.
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Político mentiroso,
Mente, mente, mente, mente;
Mas o que é mais vergonhoso
É pôr um ar de inocente.
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Vítor Cintra

quarta-feira, junho 24, 2009

As competências do sr. Governador

(imagem recolhida na internet)
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A OCDE veio, uma vez mais, corrigir as contas mascaradas que, frequentemente, os políticos domésticos nos servem, ao sabor das suas conveniências. Porque não é já a primeira vez que isso sucede, não nos surpreende que o faça, pois sabemos da dificuldade/incapacidade dos (des)governantes em acertar uma mera adição.
- Quem ignora os muitos malabarismos dialécticos, anualmente esgrimidos, para justificar o constante agravamento da carga fiscal, apesar das promessas eleitorais em contrário?
- Quem esqueceu a promessa da criação, durante a legislatura, de 150.000 postos de trabalho, que nunca aconteceram, e o espectáculo exibicionista, no verão passado (a um ano do termo da legislatura), dos quatro ministros, falando à vez, em conferência de imprensa, especialmente convocada, para anunciar a quebra do desemprego em 0,4%, verificado aliás em período sazonal, em que a oferta do emprego sempre acontece?
O descrédito dos políticos - destes políticos - atingiu o seu ponto máximo. Há pois que mudar de caras, numa bem urdida estratégia, na tentativa de continuar a servir-nos mais do mesmo, enquanto eles - sempre os mesmos - continuam a servir-se. Isso não surpreende, aliás.
O que surpreende agora é que o sr. governador do Banco de Portugal, cuja competência no seu trabalho de fiscalização é do conhecimento público, venha pronunciar-se contra as previsões da OCDE, arrogando-se competência fiscalizadora das previsões daquele organismo. Não duvidamos da competência do senhor, quer pelos casos BPN e BPP, quer até pelo elevado valor da remuneração que aufere. Mas, tendo em conta as diversas intervenções que já nos debitou, vem-me à ideia aquele provérbio de ciência popular que diz:
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«Em boca fechada, não entra mosca»
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C O N S E Q U Ê N C I A S
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"Quem semeia ventos
Colhe tempestades!"
Quem causa tormentos
Não deixa saudades.
Quem recorda tempos
Vai vivendo idades.
Quem vive de alentos
Respeita verdades.
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Quem tem na memória
Toda a sua história,
Não canta vitória
Por suposta glória.
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Quem pisa direitos,
Que dos outros são,
Não segue preceitos
Mas perde a razão.
Quem cala conceitos,
Por pura ilusão,
Faz valer defeitos
Por contradição.
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Vítor Cintra
No livro: MEMÓRIAS

quinta-feira, junho 18, 2009

O Primeiro Hino Nacional

(imagem recolhida na internet)
Na passagem dos 200 anos das invasões de Portugal pelos exércitos napoleónicos, vem a propósito recordar o primeiro Hino Nacional de Portugal, escrito pelo compositor Marcos Portugal, com o propósito de levantar o ânimo pátrio ferido.
Não pode deixar de referir-se também que se trata de um dos primeiros hinos europeus, já que, só a partir da segunda metade do séc. XIX, os povos começaram a cantar esse género de composição oficial em que letra e música se combinam para, em tom marcial, evocar os feitos gloriosos de cada país.
A música desse primeiro Hino, cuja partitura original se conserva na Biblioteca do Conservatório de Paris, entrou rapidamente no ouvido do povo. A letra, em louvor do «Príncipe Excelso», refugiado em Terras de Vera Cruz, passava de boca em boca, nas palavras que se seguem:
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"Eis, oh Príncipe Excelso,
os votos sagrados
q'os Lusos honrados
vêm livres, vêm livres fazer,
vêm livres fazer
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Por vós, pela Pátria
o Sangue daremos
por glória só temos
vencer ou morrer,
vencer ou morrer,
ou morrer,
ou morrer"

(Fonte de informação:
Revista Clube do Colecciondor - texto de João Borges de Azevedo)

quarta-feira, junho 10, 2009

DIA DE PORTUGAL

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É dia de Portugal e de Camões.
É dia de recordar e homenagear os nossos antepassados. É dia de preito aos nossos egrégios.
Mas é também a oportunidade que os políticos nunca desperdiçam para o seu espectáculo de ostentação, de despesismo.
E, enquanto o povo anónimo honra os seus antepassados em cerimónias simples, mas sentidas, os políticos exibem-se em paradas ostensivas, num desperdício dos recursos, já tão parcos, de que Portugal carece para atender ao crescente estado de pobreza, que atinge cada vez mais portugueses.
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M Ã E .... D O R I D A
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Com angústia verdadeira,
De quem um filho perdeu,
Numa esp'rança derradeira
Acredita que há maneira
De poder honrar o seu.
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Com destino tão marcado,
Tão sofrido, p'lo desgosto,
Quer apenas ver lembrado
O bom nome de soldado,
Mesmo que nome sem rosto.
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Desse filho resta agora
Dor atroz, sempre presente,
Numa Pátria, que o não chora,
Esquecida, sem demora,
Do respeito p'lo ausente.
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Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA

sexta-feira, junho 05, 2009

BLOG DOURADO


Recebi da amiga Ana Martins, do blog AVE SEM ASAS este mimo. Qualquer prémio é sempre gratificante. Mas este, por me ser atribuído por uma amiga que acompanho, porque a sua poesia me agrada, e tem, além do mais, a frontalidades de manifestar a sua posição, comentando o que escrevo, tem para mim um significado muito especial.
Obrigado, ANA !

REGRAS A CUMPRIR COM ESTE SELO:

"É um prémio que homenageia os melhores blogues e tem sua simbologia nas cores que utiliza.
A cor azul representa paz, profundidade e imensidão.
A cor dourada a sabedoria, a riqueza e a claridade das ideias.
O prémio em si representa a união entre os blogueiros."
Passo então a citar as regras:

Colocar o prémio em situação visível.
"Anunciar através de um link, o blogue que o premiou e premiar até outros 15 blogues, avisando a blogueiro sobre a premiação."

Os meus blogues premiados são os seguintes:

PEQUENOS PASSOS
LIVROS E AUTORES
INTRUSO
TERESA DURÃES
ISABEL FILIPE

segunda-feira, junho 01, 2009

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

(imagem recolhida na internet)
«Dia Mundial da Criança».

Comemora-se?!... Mas comemorar o quê?...
No meu périplo pelas páginas de alguns amigos, visitei, hoje, o blog Pequenos Passos.
Uma viagem guiada, no foguetão das crianças, pela mão da sua Educadora. Uma viagem deliciosa.
E se, dalgum modo, essa viagem me fez bem, não consegui esquecer que há uma menina de seis anos, de nome ALEXANDRA, que vive o "Dia Mundial da Criança" em exílio, longe dos seus amiguinhos de Infantário, da sua casa, das suas raízes. Das únicas raízes que conheceu e criou. Condenada ao exílio, pela tacanhez de alguém que, dizendo-se "juiz", resolveu exilá-la, só porque "não vai com a cara" da mulher que a criou com amor.
Comemorar o quê, afinal?...
No dia em que cada um de nós se insurgir contra as arbitrariedades dos «intocáveis» que, a coberto de irresponsabilidade garantida, se arrogam o direito de desrespeitar os mais elementares direitos duma criança, nesse dia, teremos razão para comemorar o "Dia Mundial da Criança". Até lá, qualquer evocação nesse sentido, é ofensiva.

O....J U I Z

Porque o «juiz» falou,
Asneiras, mas de forma empertigada,
- Até porque de vida sabe nada -
A gente se curvou.
E, sem pensar no trauma da criança,
Forçou-a a enfrentar uma mudança.
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E nem se culpe as leis.
Se são embaraçadas, quais novelos,
São-no em Guimarães, ou em Barcelos.
Há poucos, bem sabeis,
Juizes que, julgando em consciência,
Conseguem ter da lei clarividência.
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Vítor Cintra