(Imagem recolhida na internet)
Corria o ano de 1640.
Em 1580, explorando a fraqueza das forças portuguesas, dizimadas em Alcácer Quibir, Castela expulsa o novo rei de Portugal, D. António Prior do Crato, aclamado nas cortes de Santarém e faz aclamar, em Tomar, Filipe II de Castela, como Filipe I de Portugal, impondo a ideia da monarquia dualista.
Foram 60 anos de má administração, de constante agravamento de impostos, de abandono dos territórios ultramarinos.
Em 1634, o conde-duque de Olivares, homem forte de Filipe IV de Castela (III de Portugal), nomeia Margarida, viúva do duque de Mântua, para a elevada função de vice-rei de Portugal e transfere Miguel de Vasconcelos, da função de escrivão da Fazenda, para a elevadíssima função de Secretário de Estado.
A partir de 1635, as condições de vida em Portugal degradam-se ainda mais.
O agravamento indiscriminado de impostos, o abandono das guarnições militares nos territórios ultramarinos, sendo os portugueses forçados a combater nas guerras espanholas, a perseguição, pelos esbirros de Castela, do povo português, da nobreza e do clero, atingem o ponto de ruptura, quando em Junho de 1640, a Catalunha se insurge contra o despotismo de Olivares e este decide mandar os portugueses combater os catalães revoltados. Ao mesmo tempo anuncia um novo agravamento dos impostos, destinado a suportar os encargos dessa acção de repressão.
O Palácio de D. Antão de Almada serviu de quartel-general aos conjurados. A 1 de Dezembro de 1640, a morte de Miguel de Vasconcelos e a expulsão da duquesa de Mântua significaram o início da acção dos conjurados e o fim do domínio de Castela.
Acontecia a Restauração da Independência de Portugal.
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B R A G A N T I N A
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Amordaçado fora o reino inteiro;
O povo, empobrecido, escravizado.
Filipe, que a reinar era o terceiro,
Tratava com desprezo o povo errado.
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Estava-se em Dezembro, no primeiro.
Em actos de revolta consertados,
Matando, na Ribeira, o conde Andeiro,
Entravam em acção os conjurados.
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E logo todo o povo de Lisboa,
Num brado «Viva o Rei!», que longe ecoa,
Se junta aos conjurados e os anima,
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Com todo o Portugal se agigantando
E o Duque de Bragança no comando,
Nascia a dinastia Bragantina.
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Vítor Cintra
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No livro: DINASTIAS