domingo, setembro 30, 2007

DEPOIS DE MIM... A DESGRAÇA

(desenho recolhido na net)

Os políticos são, de facto, surpreendentes. Quer seja pela arrogância, ou pela imbecilidade, seja pelo descaramento, ou pela incompetência, ou pela capacidade de se julgarem donos exclusivos da verdade, são caricatamente surpreendentes.
É tão tacanha a visão que alguns têm, deles próprios e dos outros que chega a ser anedótica. Recordo que - já lá vão uns anitos - um certo "crâneo" político da nossa praça, tão magro de ideias quanto anafado de físico, definiu Fidel Castro, como sendo um "dinossauro da política" por ser incapaz de reconhecer que o seu tempo havia passado.
Quase me apetece dizer que foi talvez das poucas coisas acertadas que lhe ouvi dizer.
Por isso é que hoje, ao ler o Diário Digital, quase soltei uma gargalhada.

Políticos!

Nunca encobri a minha pouca simpatia por essa parasítica fauna, qualquer que seja o quadrante em que se situe, ou a bandeira que agite. E isto porque entendo, sempre entendi, que gente séria, porque tem que trabalhar, não tem tempo para política. Ainda assim, não deixa de ser interessante e elucidativo perceber a "preocupação" que ensombra o presente "jurássico (?)"


D E M O C R A T A
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Chamou-se a si "democrata".
Democrata?!... Quem diria!
O que é preciso é ter lata,
Que importa a democracia!

Vivendo como nababo,
Sem nunca ter feito nada,
Transformou o seu "reinado"
Numa viagem pegada.

E este povo, que é cego,
Foi-lhe alimentando o ego,
Embalado na conversa,

Enquanto, e à descarada,
Sua excelência engordava
Duma maneira perversa.

Vítor Cintra
No livro: DISPERSOS

segunda-feira, setembro 24, 2007

DE REGRESSO


Depois do recesso de uns tantos dias (mais do que esperava), decidi-me por, quase sem intervalo, fazer umas férias.
A necessidade de ficar a sós comigo, com os meus pensamentos - ou talvez com os meus fantasmas - levou-me até uma pequena aldeia. Foram dez dias de paz. Daquela paz quase absoluta.
Sentia necessidade de uns dias de isolamento, havia já algum tempo. Essa necessidade, nos dias anteriores, acabou por se acentuar. A minha decisão não foi, por isso, difícil.
E foram uns dias retemperadores. Sem rádio nem televisão, sem computador nem telefone, com a leitura por companhia. Aliás, uma excelente companhia.
No regresso, como agradecimento a todos os amigos que por aqui passaram, e prometendo retribuir as visitas de quantos registaram a sua passagem, deixo-vos este poema:
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L I V R O S
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Livros são bafos de vida
- Lições de formas de ser
Vindas da alma - à medida
De quem as queira aprender.
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Por muito que eu saiba agora,
Sempre que leio outro livro
Aprendo mais, numa hora,
Do que, não lendo, consigo.
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Todos os livros que li
Mais os que vou, ou não, ler
Dizem o que eu aprendi
E o que me falta saber.
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Vítor Cintra
No livro: MURMÚRIOS

quinta-feira, setembro 06, 2007

AUSENTE... alguns dias

Razões particulares obrigam-me a uma ausência de alguns dias, ainda que, assim espero, não tenham que ser muitos.
Aos amigos que por aqui passarem deixo, com um abraço e um "até breve", este poema - tão actual - que o génio do POETA nos legou.
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N E V O E I R O
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Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor aço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
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É a Hora!
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FERNANDO PESSOA

quarta-feira, setembro 05, 2007

PRÉMIOS

Este prémio foi atribuído por MARGUSTA
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Este certificado foi atribuído por BRUXINHACHELLOT
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Era suposto que, a partir destas nomeações, indicasse alguns amigos para cada um destes prémios. Contudo, como já anteriormente tive oportunidade de esclarecer, não vou fazê-lo deixando a cada amigo que por aqui passe a possibilidade de, querendo, dar continuidade a mais estas correntes.

sábado, setembro 01, 2007

150.000 Empregos

(imagem recolhida na internet)

Portugal registou em Julho a maior subida homóloga na taxa de desemprego entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE), tendo passado de 7,5% para 8,2%, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat (refere o Diário Digital).

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É óbvio que a "tal promessa" não pode ter sido dirigida à generalidade dos portugueses. Talvez significasse só a intenção de criar 150.000 novos "comissários políticos". (Se assim foi, está cumprida).
É igualmente óbvio que, para além daqueles (e são muitos) que vivem parasitando o Orçamento, há por cá muitos outros que, ou gostam de ser aldrabados, ou têm memória curta.
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T R A P A C E I R O.

O que despreza quem ganha,
P'ra ter lugar mais cimeiro,
Usa qualquer artimanha,
Cunhas, batota, dinheiro.

Não tendo nunca vergonha
De se tornar trapaceiro,
Critíca mesmo quem ponha
A lealdade primeiro.

Por isso o mundo está torto,
Doente e já meio morto
- A podridão deixa cheiro -;

É que a postura, na vida,
Só é correcta vivida
'Alma sã num corpo inteiro'.

Vítor Cintra
No livro: RELANCES