quinta-feira, agosto 26, 2010

Madre Teresa de Calcutá - Centenário


Em Skcópie, actual capital da Macedónia, a 26 de Agosto de 1910, exactamente há cem anos, nasceu a albanesa Agnes Gonxha Bojaxhiu.
Órfã de pai desde os sete anos, cedo começou a participar nas obras da sua paróquia.
Aos 18 anos ingressou, como noviça, na Ordem das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto. Em 24 de Março de 1931 professou, assumindo o nome de Teresa. Enviada para a escola de Santa Maria, em Calcutá, em 1937, depois dos votos definitivos, tornou-se Madre Superiora.
Depois da independência da Índia, dedicou-se aos pobres, percorrendo as ruas de Calcutá, para acudir aos necessitados.
Em 1948, depois de recorrer ao Vaticano, foi autorizada a fundar a Ordem das Pequenas Irmãs dos Pobres, com sede em Calcutá, criando uma escola para auxiliar a população carenciada.
Em 1950, depois de ter iniciado o seu trabalho de assistência a leprosos, com o auxílio de duas outras irmãs e alguns auxiliares, recebeu autorização episcopal para transformar a ordem nas Missionárias da Caridade.
Em 1952 a Ordem, contando já com 30 freiras, abriu um hospital para assistência a doentes terminais.
Em 1965, contando já 300 freiras e com casas em África e na América do Sul, a ordem passou a depender directamente do Vaticano.
Em 1971, o Prémio João XXIII, atribuído a Madre Teresa, foi o reconhecimento de quanto o seu trabalho era tido como contributo para a paz. Em 1975, a FAO, distinguiu-a com a medalha Ceres, como reconhecimento das suas obras em prol dos mais carenciados.
Em 1979, o mundo, reconhecendo a grandeza da sua acção meritória, distinguiu-a com o Prémio Nobel da Paz.
Madre Teresa de Calcutá faleceu, em Setembro de 1996, enquanto o mundo tinha as atenções concentradas nas circunstâncias do acidente, que vitimou Diana de Gales.
Poucos anos depois, o Papa João Paulo II, decretou a sua beatificação.
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M A D R E.... T E R E S A
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A vida inteira dedicou a Deus.
Humildemente, transformou em regra,
Tomar dos outros, com total entrega,
Os sofrimentos, como sendo seus.
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Dos pobres, pobres, fez-se companheira;
Entre os doentes, mitigou a dor;
Aos desvalidos soube dar amor;
Entre os humildes, foi ela a primeira.
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O seu trabalho não vendeu jornais.
Não teve jóias, nem vestiu vaidade.
Não foi notícia, só fez Caridade.
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Por ser humilde, quem sabe, demais,
Deus permitiu-lhe até o ter morrido
Enquanto o mundo estava distraído.
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Vítor Cintra
No livro: DISPERSOS

terça-feira, agosto 24, 2010

100.000 Entradas

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Apesar de, por razões profissionais e não só, tantas vezes me ver impedido de visitar os muitos amigos que na blogosfera fiz, e mesmo não conseguindo postar com a frequência com que me seria grato fazê-lo, esta página continua a merecer a amizade de tantos. Não posso, por isso, deixar de expressar o meu reconhecimento a todos quantos me honram, lendo-me. Cem mil entradas nesta página são razão mais do que bastante para dedicar, a todos, o poema que se segue:
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R E F L E X Ã O
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A escrever contei as penas
Da minh' alma amrgurada;
Não são grandes, nem pequenas,
São as minhas, só, mais nada.
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No papel pus o sentido
Dado às coisas desta vida;
Nunca o tempo foi perdido
Por ser gasto nesta lida.
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Talvez quem, um dia, leia
O que escrevo, nesta hora,
Sinta o mesmo que eu, agora.
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Depois duma vida cheia
De trabalhos e desgostos,
Quem deseja ter opostos?
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Vítor Cintra
No livro: ENTRE O LONGE E O DISTANTE

sexta-feira, agosto 13, 2010

Poder de Fogo

Opinião

Poder de fogo

Têm razão os autarcas, desesperados, que querem ver o Exército mais activo, no combate aos fogos. Tem razão o Exército, ao explicar que intervém sempre que haja indicações claras e precisas para tal.
Entendamo-nos: embora ninguém o queira dizer, a época de incêndios devia ser um período de calamidade e estado de emergência. Nalgumas áreas, poderíamos ter de chegar ao extremo de proibir, preventivamente, a circulação, e noutras de instituir patrulhas militares de dissuasão e alerta. Nalgumas florestas remotas, a Força Aérea poderia utilizar meios de reconhecimento. No litoral, a Marinha faria o mesmo. A suspensão de alguns direitos, liberdades e garantias, em parte do território nacional, deve ser antecedida, como manda a constituição, de diversos actos declarativos e de autorização dos órgãos de soberania, mas convém pensar nisso a sério.
O que não se pode é pedir às Forças Armadas que intervenham sem plano, sem mandato, sem instruções, sem poderes e sem objectivos, quanto ao tempo e âmbito da acção.
Não pode esta intervenção derivar da mera boa vontade, ou abnegação, dos comandantes locais, mas de directivas precisas do Ministério da Defesa e do EMGFA, e de formas clarificadoras da relação dos militares com as autoridades de protecção civil.
Não se trata de dizer que as Forças Armadas são especialistas em atear fogos, e não em apagá-los. É evidente que os militares existem para o combate, mas possuem amplas capacidades de ajuda em emergência civil, do transporte e evacuação ao uso de meios de engenharia para abrir sulcos e aterros, para desimpedir caminhos e retirar obstáculos. É também evidente que, em tempo de paz, as Forças Armadas podiam ser usadas para funções de segurança interna, em reforço da PSP e GNR, sobretudo em áreas rurais, tendo ainda em conta que possuem veículos todo-o-terreno, que aquelas não têm em quantidade.
Não pode é o poder político ficar impávido e sereno, nem o poder local esperar que os militares funcionem ad hoc, de improviso e sem ordem.
Nos quartéis, o desejo é sempre o de fazer mais. Um dia, há décadas, houve o sacrifício de muitos jovens militares, trucidados na serra de Sintra, quando cumpriam uma missão impossível. Lembro-me disso, e nunca deixei de lembrar aos meus filhos que ali, naquelas covas e arvoredos, morreram bravos soldados portugueses, pelo bem da sua comunidade.
JN

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É ... P O R T U G A L
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Esta mancha alaranjada,
Que até do espaço reluz...
É Portugal a arder!
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Esta conversa fiada,
Que o deputado produz...
É Portugal a perder!
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A vida sacrificada,
Que o povo todo reduz...
É Portugal a sofrer!
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A 'ode' bem recitada,
Que a todos nós nos seduz...
É Portugal a dizer!
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Vítor Cintra
No livro: PEDAÇOS DO MEU SENTIR