quinta-feira, maio 28, 2009

ALEXANDRA - A sentenciada ao exílio.

(imagem recolhida na internet)

Perante mais uma aberração jurídica produzida a coberto da irresponsabilidade que caracteriza as decisões de tantos «intocáveis», é difícil não sentir vontade de perguntar porque razão não há em Guimarães, gente com tanta garra como as gentes de Mortágua?
Acabamos de assistir a mais uma arbitrariedade que, em resumo, se pode sintetizar assim:

a) Condenação ao exílio, nas estepes russas, de uma criança de seis anos, cujo único crime é o de ser criança, ter a mãe que tem e não merecer por isso o respeito de alguém que se considera superior e absoluto;
b) Passagem de um Atestado de Incompetência, às autoridades judiciais e instituições com competência e conhecimento, que, inequivocamente aconselhavam uma atitude de lucidez e prudência.
c) Incapacidade para aprender com um Tribunal de Primeira Instância, cuja sentença revela respeito pelos mais elementares direitos da criança, além de prudência e discernimento;
d) Privação de direitos de terceiros (nomeadamente do pai, que nem sequer foi ouvido), na produção duma sentença de consequências com contornos irrevogáveis.
Etc., Etc.. (Porque ainda há mais).
Este aberrante "aleijão" intelectual, fruto duma autoconvencida sapiência, que agora parece incomodar o sr. juiz, trará necessariamente consequências (já está a trazer), e deixará, inequivocamente, marcas futuras tão graves e tão profundas na criança condenada, que, ao imaginá-las, não posso deixar de formular estes votos:
1/ Que a consciência (se é que a tem) do sr. "Quero, Posso e Mando" lhe dê a condenação que a sua arrogância, a sua arbitrariedade e prepotência e a sua falta de de discernimento e lucidez sentenciou àquela criança;
2/ Que a sua vida seja tão longa, e tão sofrida quanto a daquela menina, para que essa consciência lhe possa cobrar essa pena, até ao último alento;
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Quando será que neste país vai deixar de haver «intocáveis»?
Quando será que os «incomodados» começam a ser responsabilizados pelos seus actos e decisões arbitrárias?
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I N C A P A Z
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Aqui, neste país de "faz de conta",
«Justiça»?... Só se diz, mas não se faz.
Aqui, ser consciente é uma afronta,
Quando se faz juiz um "incapaz".
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Aqui só há «Justiça»(?) incompetente,
Pedante até, de tão empertigada,
Com ar de quem se julga eficiente;
Só toga, porque dentro não há nada.
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Condena uma criança, com presteza,
À vida nas estepes, como quem
Tem "culpa" por ter tido aquela mãe.
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E, sem discernimento, nem certeza,
Decide que, sem traumas, a criança,
Só tem que agradecer-lhe tal mudança.
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Vítor Cintra

sexta-feira, maio 22, 2009

E já passaram 3 anos

O tempo corre.
Há três anos, com este post, esta página começava a jornada, que havia de dar a conhecer muito da minha forma de ser e pensar.
Ao longo destes anos, muitos amigos vieram ler-me. Uns apoiando-me, outros nem tanto.
Vários são os que abandonaram a blogosfera (afinal tudo tem o seu fim), mas outros ainda não desistiram. A todos, tanto aos que por cá continuam como aos que ficaram pelo caminho, quero cumprimentar, agradecendo a amizade e a honestidade dos comentários, mesmo quando discordantes.
Mas também por aqui passaram uns tantos "amigos (?) da onça".
A esses tive oportunidade de dizer-lhes que deveriam ter lido a nota introdutória:
Este é um espaço de análise e opinião. Da minha análise sobre factos e coisas do dia a dia, e da opinião que à cerca delas vou construindo. Sobre o que escrevo, muitos dos que me lerem estarão de acordo e muitos outros discordarão. Não há mal nenhum nisso. Assim uns e outros saibam respeitar a opinião contrária.
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A todos os que me têm acompanhado, dedico o poema:
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P O N D E R A Ç Ã O
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Porque há sempre ligação
Entre o certo e o errado,
Responder com 'sim' ou 'não'
Sem conceito bem fundado,
Pode não ser acertado.
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Cada homem faz a vida
Com vivência singular;
Se não for empreendida
Duma forma regular,
Pode nunca resultar.
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Cabe, pois, a cada qual
Demonstrar ponderação;
Sem julgar o seu igual
Por razões do coração,
Que se furtam à razão.
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Vítor Cintra
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No livro: MEMÓRIAS

domingo, maio 17, 2009

Apresentação de «Pedaços do Meu Sentir»

Além dos poetas Paulo Afonso Ramos e Xavier Zarco que apresentaram o livro, honrando-me com as suas palavras e amizade, tive, na mesa, a companhia constante (como pode ver-se) dos meus netos, também eles com uma actuação brilhante, ao recitarem um dos poemas do livro Pedaços do Meu Sentir.
Na impossibilidade de agradecer individualmente a todos os amigos que quiseram partilhar comigo o momento, honrando-me com a sua presença, e àqueles que, na impossibilidade de o fazerem, me telefonaram ou enviaram mensagens, quero expressar o meu reconhecimento pelas palavras de amizade e apoio, dedicando a todos este poema.
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F A N T A S I A
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Nasceu no tempo do nada,
Filha de coisa nenhuma,
Sua madrinha era fada,
Vestia de sumaúma.
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Ouvia, mas não falava,
Não tendo boca, comia,
Não era dócil, nem brava,
Apenas graça e magia.
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Às vezes tornada louca,
Seguindo seu rumo à toa,
Fazendo mal, era boa.
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Mas outras, com coisa pouca,
Tomando as asas do vento,
Tornava-se pensamento.
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Vítor Cintra
No livro: Pedaços do Meu Sentir

terça-feira, maio 12, 2009

Pedaços do Meu Sentir

quinta-feira, maio 07, 2009

Veteranos sem Apoios


Citando um relatório da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) o Diário de Notícias de 06-01-2009, diz que naquele documento pode ler-se, a certo trecho:
"Enquanto empregador responsável, as Forças Armadas têm o dever de cuidar dos seus actuais e antigos empregados."
e ainda, entre outras recomendações:
"É no interesse das Forças Armadas, como empregador, cuidar dos veteranos, na medida em que melhores serviços para esses combatentes também podem ser vistos como um incentivo ao recrutamento."
É óbvio que o relatório, para os governantes portugueses (muitos deles fugidos, como se sabe, ao cumprimento do serviço militar e regressados, de exílios 'dourados', após o 25 de Abril de 1974), não tem qualquer mérito, nem faz qualquer sentido. Será até (quem sabe?) disparatado nas suas análises e conclusões.
Quanto a nós, antigos combatentes, ele é completamente inócuo, já que, para além de não merecer qualquer atenção por parte dos (des)governantes que nos esbulham, não vem acrescentar nada ao que qualquer cidadão medianamente inteligente, há muito sabe.
Aliás, no caso de Portugal, atrevo-me mesmo a dizer que a maioria dos veteranos nem desejaria mais nada senão ser tratado com respeito.
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C O N T R Á R I O
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Não me atinge o "vomitado"
De quem vive amargurado
Por só ter, do seu passado,
A memória da traição;
Nem me acusa a consciência
De fingir, na dissidência,
Causas nobres, ou decência,
Mascaradas de razão.
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Combati com desencanto,
Vivi luto, dor e pranto,
Não fui mártir, nem um santo,
Fui apenas cidadão;
Mas na minha caminhada
Não traí ninguém, nem nada,
Nem fugi da terra amada.
Não me queiram dar lição!
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Vítor Cintra
Do livro: ENCRUZILHADA