segunda-feira, julho 31, 2006

ELEFANTE DUNDUM - Um pedaço de História



ESTÁ NAS BANCAS UM NOVO LIVRO.

Intitulado "ELEFANTE DUNDUM", da autoria de João Luiz Mendes Paulo, este livro é um verdadeiro documento histórico.


O autor é antigo oficial da arma de cavalaria, daqueles oficiais a quem os combatentes chamavam "ratos do mato", porque ao invés de ficarem aquartelados atrás de secretárias, comandavam homens em operações.
Tendo servido o país em locais tão distintos como India, Moçambique, Angola e Guiné, o seu testemunho leva-nos a uma realidade bem diferente das atoardas gizadas e propaladas, por aleivosas verborreias de quem tem no seu passado algo a justificar, ou esconder.

O livro é vendido com um DVD, cujas imagens o complementam. Filmadas na época e nos locais onde o autor serviu, constituem, por si só, testemunho importante e esclarecedor.



CONSCIÊNCIA

Quis Deus que fosse meu o privilégio
De ser, por nascimento português,
Sem nunca cometer o sacrilégio
De ter vergonha disso, alguma vez.

Quis Deus que, noutro tempo, noutra vida,
Me fosse dada a honra de servir
O meu país, embora, de seguida
O visse, torpemente, denegrir.

Quis Deus que visse o muito que foi feito
Por gente tão humilde como eu
Que, em sonhos de aventura, tanto deu.

Embora muito houvesse de imperfeito
Não foi por egoísmo, ou por escusa,
Que não o fez melhor a gente lusa.

Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA

quarta-feira, julho 26, 2006

INTOCÁVEIS - Hoje, como ontem.


"Que saudação original"

Dois agentes da polícia, dirigentes sindicais, serão, compulsivamente, reformados.
Foi essa a pena que, com desvergonha pidesca, depois de 'sumariamente' julgados e 'democraticamente' condenados, lhes foi aplicada, por delito de opinião.
E pouco importa invocar incomparabilidade nas penas, ou nos processos 'sumários'. É o acto, em si, que é abominável. Agora, como dantes.
Afinal o que é que mudou?... A mentalidade, ou somente o método?

É verdade que os dois agentes da polícia, dirigentes sindicais, deveriam ter consciência de que, neste regime partidocraticamente hipócrita de baixareis e bichareis (não confundir com bachareis), é crime desmentir a afirmação do comandante que, embora não tivesse assistido ao ocorrido, decretou que o chefe Alves (morto por atropelamento em serviço) morreu porque quis.
Como é crime, também, denunciar a imoralidade de um PM que, fazendo tábua rasa das juras e promessas (que não precisava ter feito mas que, oportunisticamente, fez), enquanto impunha ao zé povo o agravamento dos impostos e um maior aperto do cinto, se atribuía o luxuoso direito de passar férias no Quénia.

Confrangedor é constatar que, apesar de tudo, o culto da mediocridade, infelizmente, não se alterou. Muito pelo contrário, parece continuar a refinar-se.


CADINHOS

Muitos cadinhos
Quedam sozinhos,
Quando os caminhos
Mudam de mão;
Forças intensas
Surgem imensas,
Quando há presenças
Tidas em vão.

Homens ilustres
Fogem de ajustes
Vindos de embustes,
Sem ter razão.
Gente capaz,
Que é perspicaz,
Não vai atrás
Dum charlatão.


Vítor Cintra
No livro: CONTRASTES

terça-feira, julho 25, 2006

CERTIFICADO






Esta página é DESTAQUE no ACTUALIZANDO BLOGS tendo recebido o

CERTIFICADO DE EXCELÊNCIA

domingo, julho 23, 2006

GANÂNCIA, ou mentalidade obtusa?...



AGRAVAMENTO DO IVA... ERRO OU BURRICE ?

A Associação Comercial da Guarda divulgou um estudo em que se conclui que, o aumento do Iva de 19% para 21%, em Portugal, teve como consequência a ida dos beirões a Espanha, pelo menos uma vez por mês, para fazerem compras.
O estudo foi realizado junto dos habitantes dos concelhos da Guarda, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo e revela que 52,9% dos inquiridos vai a Espanha fazer as suas compras pelo menos uma vez por mês, 20,6% uma vez por semana e 5,3% desloca-se diariamente ao país vizinho. Parcentagens insignificantes?!
Parece que a superior inteligência dos políticos da nossa praça anda um tanto confusa com esta situação. Perceber que o aumento dos impostos não significa aumento de receitas fiscais é um tanto complicado para certos 'crâneos'.
.
A título de passatempo deixo-vos uma adivinha, com uma de três respostas como opção:
- 1 lt. de gasolina custa, do lado de cá da fronteira 1,343 € e do lado de lá 1,187 € (valores de 25.06.2006) . Pergunta-se:
a) "será que os espanhóis compram o barril de petróleo mais barato?"
b) "será que em Portugal e em Espanha o € tem valor diferente?" ou
c) "será que a fronteira entre os dois países é, na visão dos políticos, tão pouco extensa que as percentagens referidas não têm maior expressão ?"

APRENDER

É quando a vida traz uma surpresa
Que não se espera venha a suceder,
Que nos apraz vivê-la, com certeza,
Intensamente e com maior prazer.

Mas, quando a vida mostra novo rumo
E do destino não nos faz segredo,
Quem vê que a labareda faz o fumo,
Só não descobre o rumo se tem medo.

São tantos os mistérios que deslumbram...
E tantas maravilhas nos circundam,
Fazendo desta vida uma lição,

Que, quem viver, embora do seu jeito,
Mostrando pela vida ter respeito,
Aprende. Basta um pouco de atenção.

Vítor Cintra
No livro: DESABAFOS

terça-feira, julho 18, 2006

Mudam-se os tempos...

MANTEM-SE O FASCÍNIO PELOS IDOLOS


Lendo passagens do livro "Reis e Raínhas de Portugal", deparei com algumas notas que me prenderam a atenção. De entre elas destaco e transcrevo duas.
* * * * * *

Humboldt refere que os Celtiberos se dividiram em diferentes tribos, uma das quais os Lusitanos. Estes eram formados por homens hábeis em armar e descobrir ciladas, ágeis e ligeiros na guerra, sendo que as suas evoluções militares eram feitas com muita ordem e destreza. Seguiram a princípio a religião de Noé, entregando-se posteriormente à idolatria. O seu deus principal era Endovélico.
* * * * * *

Santo Agostinho testemunhou que os espanhóis (por este nome devem-se considerar todos os habitantes da Península), nos tempos anteriores às invasões, adoravam um Deus único, princípio e fim de todas as coisas. Eram nesses recuados tempos um dos raros povos em que predominava o monoteísmo, contudo, os sucessivos invasores trouxeram consigo novas religiões, adoptando todas as formas de politeísmo, dentre os quais a mais antiga parece ser o sabeísmo (culto dos astros).
* * * * * *

Aqui cabe ponderar: Era assim A.C.. E hoje?...
O monoteísmo parece continuar a não conseguir impor-se. Já no que respeita ao politeísmo, se a forma mais antiga foi o "sabeísmo", a mais moderna passou a ser, para muitos, o politiquismo. Deste novo culto, pregadores (bem instalados, como é óbvio) não faltam. E a aderência dos seguidores parece medir-se mais pelo volume dos subsídios, ou vantagens, contabilizados, do que pela ideologia das crenças.


D E U S E S

O homem busca o sagrado
Na sombra do que é profano
E, como animal humano,
Vê deuses por todo o lado.

Há deuses no futebol,
Nos palcos, televião,
E até políticos são
Mais deuses do mesmo rol.

Num culto de si tão pobre,
Só falta mesmo que dobre
O sino, pelo bizarro.

Embora seja loucura,
O homem vive à procura
De deuses com pés de barro.


Vítor Cintra
No livro: À DISTÂNCIA

DESTAQUE



Esta página é DESTAQUE da semana na GAZETA DOS BLOGUEIROS

quinta-feira, julho 13, 2006

S. MIGUEL - A ilha verde

Com um manto verde, salpicado aqui e acolá por maciços vulcânicos, flores de diversas tonalidades e abundantes pastagens, a ilha de S. Miguel, é um destino de paz e tranquilidade para umas férias retemperadoras.

Assim começa o artigo sobre S. Miguel, da autoria de Glória Lambelho, publicado no nº 173 da revista "Tempo Livre", com honras de capa. E a autora continua, dizendo:

Localizada no grupo oriental do arquipélago, S. Miguel é a maior e mais povoada das nove ilhas açorianas. Rodeada de um certo misticismo, não só pelo facto de os Açores serem apontados como vestígio da lendária Atlântida, a ilha do Arcanjo, como Natália Correia muitas vezes a apelidou, vive numa perfeita harmonia entre o mar e a terra, onde qualquer recanto é singular, ora evidenciando paisagens de beleza agreste, ora convidando ao romantismo e troca de beijos apaixonados.
Paraíso de temperaturas amenas, com vaquinhas a viver tranquilamente dia e noite pelos campos, a ilha parece agradecer à Mãe Natureza o sol e a chuva que com frequência a abençoa, conferindo-lhe uma inigualável tonalidade verdejante.

Apaixonado que sou pelas ilhas açorianas, foi com agrado que li este trabalho, de que apenas reproduzo um pequeno excerto, sobre uma terra de que muitos já ouviram falar mas que muito poucos conhecem ainda.

A Ç O R E S

Nove ilhas de beleza deslumbrante,
Surgidas do profundo mar imenso,
Que o mundo conheceu porque o Infante
Tornou o nevoeiro menos denso.

Encostas de mosaicos verdejantes
Elevam-se, rumando ao infinito.
Hortênsias, feitas sebe, são constantes,
Tornando o colorido mais bonito.

Ali, onde gigantes residiram,
Os cumes das montanhas, que explodiram,
Tornados em lagoas de beleza,

Relembram aos herdeiros dos atlantes
Que até já os primeiros navegantes
Sabiam respeitar a Natureza.

Vítor Cintra
No livro: RELANCES

segunda-feira, julho 10, 2006

Alguém me disse... Parte 2

A respeito do que penso e do que escrevo...

VAMOS FALAR DE COMENTÁRIOS?

Li, em algum lado, que visitar um blog e não deixar um comentário é como visitar a casa de alguém e sair sem se despedir do dono(a) da casa.
Não tenho nada contra tal entendimento, mas não o partilho. Na prática, toda a gente sabe que não funciona. Basta-nos comparar o contador de visitas com a totalidade dos comentários, para o constatar.
No que me diz respeito, confesso que nas minhas visitas, página a página, só deixo comentários quando aquilo que leio, ou vejo, me desperta interesse. Quando o conteúdo que encontro não me interessa, ou não me merece concordância, saio simplesmente, tão "silenciosamente" como entrei. Até por respeito pelo autor.
A não ser assim, só me restaria entrar naquela espiral de comentários insípidos, do tipo: "Olá! Gostei muito do teu espaço. Passa no meu!" O que, apesar de completamente inócuo, me parece desprovido de qualquer interesse.
Aceito que haja quem goste de somar comentários. É um prazer absolutamente legítimo. Nessas condições, qualquer comentário importa, já que é mais um. E esses - os inócuos - ainda que sem acrescentarem nada de relevante são, certamente, muito mais correctos do que os daqueles que, quando não estão de acordo com os textos que lêem, se insurgem, indelicadamente, argumentando que "o assunto não lhes diz respeito, nem lhes interessa". Como se todo o mundo tivesse que girar ao redor dos seus interesses.
Proceder desse modo não poderá também ser tomado como a atitude da visita que, por não gostar da mobília, se acha no direito de ser incorrecta para com o dono da casa?...
Para lá da grosseria, a todos os títulos criticável, um tal comentário sugere questões como:
- Porque é que um assunto que, alegadamente, desconhece, pode mexer tanto com a pessoa ao ponto de lhe provocar tal reacção?
- Porque é que alguém reage grosseiramente a um assunto que, ao que argumenta, lhe não diz respeito?
Será que o desconhecimento e o desinteresse não é tanto assim?


D R A M A

O drama dos, pretensos, eruditos
Tornados os obreiros dum regime
Que tem o disparate por sublime,
É não fazer dos outros os malditos.

Resquícios das inércias dum passado,
Que os fez achar ambrósias nas estrelas,
Bem longe, onde ninguém pudesse vê-las,
Quais filhos dum Atreu reeditado.

Por isso tecem loas a cobardes
E vão enaltecendo os assassinos,
Em rimas e discursos asininos;

Mas nem por nos fazerem tais alardes,
Conseguem disfarçar o quão cretinos
São esses seus Atridas pequeninos.

Vítor Cintra
No livro: VERTIGEM

quarta-feira, julho 05, 2006

Alguém me disse... Parte 1

A respeito do que penso e do que escrevo...

VAMOS FALAR DE DEMOCRACIA?

Como está expresso na apresentação desta página, este é um espaço de opinião, da minha opinião, sobre as coisas que vejo, ou tomo conhecimento, no dia a dia, e das conclusões a que, sobre elas, chego.
Não espero que todos os que leiam o que escrevo estejam de acordo comigo, mas não vou deixar de exprimir o que penso, só porque alguém entende que, por pensar de modo diferente, só a sua forma de pensar é que está certa, passando qualquer outra a ser uma ofensa pessoal.

Nesta página está indicado o meu endereço de correio electrónico que alguns leitores têm usado - e muito bem - quando pretendem que lhes preste algum esclarecimento. É que "comentários" são públicos e, sendo assim, hão-de as respostas ser públicas também, com todas as implicações inerentes.
Vem isto a propósito de alguns artigos que tenho escrito, onde não encubro o meu pouco apreço por políticos e onde manifesto a opinião de que a nossa chamada "democracia" não passa de um mal conseguido simulacro.

Não condeno quem pensa que, só porque periodicamente é chamado a votar, vive em democracia. Não me contento, porém, com tão pouco!
Considero que votar é um acto próprio de uma democracia, mas não exclusivo, nem sequer o mais importante. Mais importantes para se viver em democracia são, certamente:

1/ O direito à JUSTIÇA.
Como é que pode chamar-se democracia a um regime onde a justiça não funciona ou não existe, simplesmente?
Onde está a justiça num sistema que dá aos políticos, e demais priveligiados do regime, reformas integrais, após uma dúzia de anos (ausências e faltas incluídas) e impõe ao "zé povo" trabalho e descontos, sem fim à vista e sem garantia de direitos?
Onde está a justiça de um regime que cala, aliás ignora, aqueles que cairam ao serviço do país, e lhes recusa, durante décadas, as honras que lhe são devidas. Que todos nós, como nação, lhes devemos?!

2/ O direito à EDUCAÇÃO.
Como pode dizer-se democrático um regime que trata os seus docentos sem o menor respeito.
Precaridade de trabalho?... E o que são afinal os concursos anuais de colocação de professores?
Instabilidade psicológica?... E como pode ser psicologicamente estável um professor que não pode exercer a sua função com zelo, sem correr o risco de ser agredido verbal e fisicamente?
Rendimento escolar?... E como pode haver rendimento escolar se o professor é constantemente colocado perante o dilema de faltar aos alunos para acudir à família que, quantas vezes, teve que deixar longe, e a obrigação de ensinar, ainda que à custa de estar ausente dos próprios filhos?
Onde está o direito à educação e a igualdade de oportunidades dos estudantes que, se querem ter acesso a uma Faculdade de Medicina, têm que ir para Espanha?

3/ O direito à SAÚDE.
Como pode dizer-se democrático um regime que não garante a todos os cidadãos igualdade de cuidados de saúde.
Basta olhar para a quantidade de subsistemas de saúde existentes à margem da Segurança Social, alimentados também pelo erário público, mas vedados ao "zé povo".
Onde está a democracia quando tantos cidadãos esperam meses, anos até, por uma cirurgia ou, tão só, por uma consulta?...

4/O direito à INFORMAÇÃO.
Isso implica informação isenta. Ou seja, não manipulada, não censurada, não subordinada aos ditos 'critérios redactoriais', quantas vezes sujeitos a interesses dificilmente conciliáveis com a isenção.
Salvo raras e honrosas excepções, onde está a isenção?
Se até uma página pessoal e independente se pretende censurar... Ou não será uma forma, ainda que velada, de censura dizer-me que "se pretendo expressar determinadas ideias que defendo devo ver antes se a argumentação não está a ofender terceiros"?

A respeito disso o povo, na sua sabedoria, diz: Cada um sabe onde o sapato lhe aperta!


DEMOCRACIA

Democracia tem custos.
Se for vivida a valer
Não é isenta de sustos;
Não deixa os outros sofrer.

Não permite que se estrague
O que a outros falta faz.
Não consente que se apague
A chama, frágil, da paz.

Não desperdiça recursos,
Que custam muito suor,
Sacrifícios e labor.

Não vive só de discursos!
Partilha também amor,
A que dá justo valor.

Vítor Cintra
No livro: DISPERSOS

sábado, julho 01, 2006

FAZEDORES DE OPINIÃO, ou apenas...


FAZEDOR DE OPINIÃO, MÁ LÍNGUA OU FALA-BARATO ?


Não sou muito dado a perder o meu tempo ouvindo, os chamados comentadores da TV, debitando conversa fiada, 'para boi dormir', sobre tudo e algo mais, como se fossem a fonte inesgotável e absoluta do conhecimento. Mas, de quando em vez acontece. Como acontece ouvir os "marretas", ou os "malucos do riso". Um destes domingos, aconteceu. E lá me deixei ficar a ouvir, sem mudar de canal.
Mas, enquanto o douto comentador dava a "sua aula", não pude deixar de recordar outras intervenções suas, então numa outra estação de TV, muito menos cordatas, compreensivas e isentas, para com os governantes de então, do que são, para os governantes actuais, as que hoje produz. Tão pouco cordatas ou objectivas que levaram a administração da estação, apesar de presidida por um seu familiar, a indicar-lhe a porta da rua.

Ao tempo não foi fácil entender o encarniçamento das críticas, a virulência dos comentários. Dava a ideia até que, na origem de todo aquele "mal dizer" havia razões pessoais. Afinal ele (o sr. professor) e o primeiro ministro eram da mesma família política (ou não?). Não é que os governantes de então não merecessem críticas. Nada disso! Não eram melhores do que os actuais. Mas também não eram piores. (Aliás, seria difícil serem piores.) Só que,

A acintosidade era tal que levou muita gente a questionar-se: "Quem tem correligionários assim, para que precisa de adversários?"

Hoje é evidente a razão de tanta rudeza de comentários e da animosidade de então. Por isso é que ninguém estranha que o senhor professor tenha voltado a ser comentador na TV pública.

O povo, na sua infinita sabedoria, diz: Quem não tem vergonha é dono do mundo!

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MÁ LÍNGUA

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"Montanha parindo um rato!"

Assim se diz de quem fala.

Mais vale ser-se cordato

Mas nunca crer em relato

De boca que não se cala.

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Não ganha quem urde enredos,

Nem quem os ouve ou suporta.

Intrigas que geram medos,

Relatam falsos segredos

A quem, com eles, se importa.

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Qualquer que seja a verdade,

Na boca do mal dizente,

Maior a necessidade

De ter a capacidade

De ver quando é que ele mente.

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Vítor Cintra

No livro: MEMÓRIAS