terça-feira, setembro 23, 2008

Resgate dos Combatentes Esquecidos

(Imagem de Isabel Filipe )
Algumas décadas depois, continuam por resgatar os restos mortais dos combatentes caídos na «guerra do Ultramar», (ou «guerra colonial», como alguns preferem chamar-lhe).
Foi Portugal quem os mandou combater. Por Portugal, cumprindo o dever de combatentes, sacrificaram a própria vida.
Para lá das motivações dos políticos é obrigação de Portugal respeitar a memória dos seus heróis. Esse respeito choca com o abandono a que, por acção dos políticos, foram votados. É mais do que tempo de reclamar o seu regresso.
Está em curso uma Petição nesse sentido que, convido todos os amigos a subscreverem, acedendo a:
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O S... N O M E S
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O pranto que, dos olhos marejados,
Nos chega, desses anos de sessenta,
Surgiu por nos sentirmos humilhados
Por biltres, que a Nação 'inda sustenta.
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Por lá - herói esquecido, doutro tempo -
Ficou em campa rasa, sem sentido,
Um nome que, caído em cumprimento,
Soldado, se dirá, desconhecido.
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Aqui se deixa, hoje, a homenagem
Àqueles que, cumprindo o seu dever,
Tombaram, demonstrando mais coragem
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Que muitos que chegaram ao poder.
A bruma vai levando cada imagem,
Os NOMES... a Nação há-de os saber!
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Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA

segunda-feira, setembro 15, 2008

FLÁVIA - A prova de que a «Justiça» não é justa

Blogagem Colectiva para Flávia em 9/Set/2008Cor do texto


O que nos motiva a juntar o nosso protesto a tantos outros, contra uma «JUSTIÇA(?)» inoperante e insensível, é constatar que os seus agentes parecem ficar indiferentes à enormidade da injustiça que, por ganância ou incúria, privou esta menina duma vida que deveria ter-se traduzido:
- Numa meninice feliz, vivida em convívio pleno com os seus entes queridos...
- Numa juventude alegre, normal, com tempos para estudar, dançar, rir, chorar...
- Num futuro que lhe permitisse conhecer amigos, namorar, casar, ter filhos, abraçar uma profissão, viajar...
Em vez disso, a sua Mãe, teve que vê-la crescer mergulhada num coma que as reduziu - a ambas - a um dia a dia de interdependência...
Não mais viveu a alegria de receber da mão da sua filha uma flor, no dia dedicado às mães...
Ficou privada da possibilidade de escutar da sua menina, aquele pequeno, grande, segredo de ser mulherzinha...
Não poude escutar-lhe as confidências de adolescente, nem secar-lhe as primeiras lágrimas dum desgosto de amor...
Cabe perguntar: E o direito à JUSTIÇA, se não passa de ficção, onde ficou?
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A CRIANÇA E A FLOR
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Uma criança que passa
De calção, bibe e sacola,
Com uma flor desenrola
Uma conversa com graça:
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- Porque sorris tu, ó flor?...
- O sol beijou-me ao de leve,
e fez-me abrir, para em breve,
ser uma oferta de amor!...

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- Porque perguntas, criança?
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Por crer que em dia da mãe,
talvez ficasses tu bem

como carinho e lembrança.
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-
E porque esperas então?
De mão tremendo, estendida,
Vê-se a criança, em seguida,
Colhê-la, bem junto ao chão.

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Vítor Cintra
Do livro: HORIZONTES

segunda-feira, setembro 08, 2008

O SACRILÉGIO

(imagem recolhida na internet)

Numa reacção própria de "Prima Dona" - contra quem foi cometido o sacrilégio de não ser devidamente apajeada - o secretário-geral do PS, José Sócrates, lançou hoje um ataque implícito ao PSD, contrapondo o alegado espírito de "procura de ideias" dos socialistas ao discurso do "bota-abaixo", da "maledicência" e do "negativismo" dos sociais-democratas, segundo notícia divulgada hoje pela LUSA .
E porque o discurso de Manuela F. Leite e a cerimónia no Centro Cultural de Belém têm muito a ver, Sócrates aproveitou a sessão destinada a apresentar a Fundação Respublica, presidida pelo ex-comissário europeu António Vitorino (só por acaso, destacado membro da cúpula PS), que agrega as antigas fundações Antero de Quental e José Fontana para, manifestando uma vez mais o seu peculiar espírito de demokrata, partir, naquele seu refinado jeito varino, para a ofensa, contra tudo e contra todos.
Não é que o PSD não mereça críticas. Merece-as, sem dúvida, e muitas, aliás como toda a «oposição», até pela falta de credibilidade dos seus dirigentes. Só que, se alguém não tem legitimidade moral para as tecer, esse alguém é precisamente Sócrates.
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E X P E C T A T I V A
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Ao romper da madrugada
Ouviremos as razões
De quem pouco sabe, ou nada,
Mas pretende dar lições.
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Sentiremos assumidas,
Sem reservas, posições,
Que pretendem ver, nas vidas,
O valor de alguns cifrões.
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E veremos que suporte
Fundamenta as decisões
Que forjaram dor e morte,
Sem quaisquer hesitações.
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Saberemos se é verdade
Que o sentir das multidões
Muda co'a facilidade
Com que mudam os sermões.
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Vítor Cintra
No livro: DIVAGANDO