
Comemoramos, a 1 de Dezembro de cada ano, a Restauração da Independência de Portugal, em 1640.
Não porque Portugal tivesse perdido definitivamente a sua independência, com a ocupação do trono português pelo rei de Castela, em 1580, já que diversas parcelas do todo nacional, como os Açores, nunca se deixaram subjugar pela dinastia filipina, mas porque Portugal, enquanto país, passou a estar dependente dos arbítrios e caprichos dum monarca estrangeiro e o solo pátrio se viu aviltado pelos desmandos dos seus lacaios.
Até que, um grupo de cerca de 40 conjurados, pelas nove horas desse sábado 1 de Dezembro, dirigiu-se ao Paço da Ribeira, venceu a resistência da guarda e reduzindo ao silêncio a duquesa de Mântua, representante de Filipe IV de Castela, passou pelas armas o traidor Miguel de Vasconcelos, secretário de estado às ordem do ocupante, e proclamou D. João, duque de Bragança, rei de Portugal. O reino inteiro ligitimou-o como D. João IV, aclamando-o e prestando-lhe vassalagem.
D. J O Ã O I V
Co' a morte de Miguel de Vasconcelos,
Valido da duquesa vice-rei,
No reino, procurando outros modelos,
Lançava-se, em revolta, toda a grei.
Surgiu então o Duque de Bragança,
Após se ter o golpe consumado,
Que, por ter assumido a liderança,
Início dava assim ao seu reinado.
De novo Portugal, uma nação,
Vivia a independência restaurada,
Sabendo estar, apenas, começada.
E ao dar total apoio a D. João,
O povo o elegia seu senhor
Chamando-lhe de rei "Restaurador".
Vítor Cintra
No livro: HOMENAGEM