RAINHA SANTA ISABEL
Em 11 de Fevereiro de 1282, ao casar com D. Dinis, torna-se raínha de Portugal. Na cerimónia, celebrada em Barcelona, o rei português fez-se representar. As cerimónias nupciais, porém, realizaram-se em Trancoso, com enorme imponência, só em 24 de Julho de 1288.
Do casamento nasceram, em 1290 D. Constança, e em 1291 D. Afonso (herdeiro do trono e que foi, mais tarde, o responsável pela morte de D. Inês de Castro).
D. Isabel - chamada, pelos portugueses, de Rainha Santa - recebeu do rei castelos, palácios e senhorios, dos quais se destacam Leiria, Coimbra, Estremoz (em cujo Paço real os reis viveram muito tempo e onde a raínha viria a falecer, em 1336).
A influência, benéfica, da Rainha Santa, não se resume ao bem que fez aos necessitados e ao milagre das rosas. A sua intervenção, como medianeira, nas repetidas tentativas de rebelião de D. Afonso, contra seu pai, o rei, foi crucial, mais do que uma vez, para evitar derramamento de sangue.
Em 1325, com a morte de D. Dinis e a subida ao trono de D. Afonso IV, D. Isabel retirou-se para o Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra.
Em 1516 o Papa Leão X reconhece-a oficialmente como beata, com culto restrito à Diocese de Coimbra. Em 1556 o Papa Paulo IV, alarga esse culto a toda a cristandade. A canonização aconteceu em 1625, pelo Pontífice Urbano VIII.
V E N E R A Ç Ã O
Aquela que, na vida, foi rainha
Deixou-nos na memória, como povo,
A força dum milagre que, por novo,
Foi belo por provir donde provinha.
Se muitas são as rimas e as prosas
Que cantam feiros grandes da nação,
São poucas as que contam como o pão
Surgiu, no seu regaço, feito rosas.
E, porque foi chegada a sua hora,
Em terra coimbrã descansa agora,
Bem junto às calmas águas do Mondego.
E o rio, que se espraia na cidade,
Venera, nesse atraso, com saudade,
A Santa, que repousa no segredo.
Vítor Cintra
No livro: AO ACASO