A PROPÓSITO DO ORÇAMENTO

Afinal, o que é que este Orçamento nos traz, além de muita treta e pouca substância?...
- É a possibilidade de aumentar as deduções dos juros, dos empréstimos à habitação, no IRS das famílias com menores rendimentos ?... Mas se essas já não pagam IRS por não terem rendimentos, em que é que beneficiam com a medida?
- É a criação de um escalão de 12,5% de IRC para os primeiros 12.500 € do rendimento colectável das empresas?... Mas se os valores (e não são tão pequenos assim) do Pagamento Especial por Conta do IRC continuam a ser obrigatórios e nunca são devolvidos aos contribuintes, quer eles tenham ou não rendimentos tributáveis, em que é a medida alivia a carga fiscal das pequenas e médias empresas?
De concreto, que melhore a nossa vida, o que é que este Orçamento contem?...

Há poucos meses atrás, numa populista operação de charme, badalada pela bem «remunerada» imprensa, foi-nos servido um espectáculo de ministros apregoando o milagre socialista de uma descida de 4 décimas nos números do desemprego, em época de empregos sazonais. Porque é que, depois de tão monumental espectáculo, não se prevêem, neste O.G.E, medidas visando, pelo menos, o não agravamento, em 2009, dos números do desemprego?... Que acções de combate ao desemprego se consagram no Orçamento?...
E as chamadas «oposições» (se é que as há) dizem o quê?
R O B I N
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Robin dos Bosques roubou
Aos ricos p'ra dar aos pobres.
E tudo o que nos chegou,
De quanto a história contou,
Nos fala de gestos nobres.
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"Sherifes" sempre tivemos,
São Bento sabe-o bem.
Mas estes, que conhecemos,
- Teixeira, Sócrates - vemos
Que sacam cada vintém.
Ao Santos chamam-no já
Anti-Robin assumido,
Aos pobres - e tantos há -
Saqueia tudo o que dá
Aos ricos do seu partido.
Pinóquio, chamam ao outro,
P'lo muito que sempre mente.
Promessas em cada sopro
Tresandam, como um arroto,
Desprezo por toda a gente.
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Vítor Cintra
No livro: AFAGOS