EÇA DE QUEIROZ - O que diria hoje?
"ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que à muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
(Eça de Queiroz, 1867 in "O distrito de Évora")
Hoje, 142 anos depois, estamos bem pior.
É que hoje, os políticos já não discursam com cortesia e pura dicção, alguns (muitos) escrevem mal e com erros e, quanto à inteligência... (para a 'tramóia' é óbvia).
Quanto ao restante, concordo totalmente com a análise de Eça de Queiroz. Se alguma diferença há, é para pior.
No que concerne à independência, todos sentimos que, a confusão é tal que qualquer semelhança é mera coincidência.
.P E R D I D O
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Sem eira, nem beira!
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Sem norte,
Sem rumo,
Numa caminhada
Sem sorte e aprumo,
Nem pressas,
Nem meças.
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E, queira ou não queira,
Co' a vida às avessas.
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Com tudo e sem nada!
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Vítor Cintra
No livro: MOMENTOS