(imagem recolhida na internet)Perante mais uma aberração jurídica produzida a coberto da irresponsabilidade que caracteriza as decisões de tantos «intocáveis», é difícil não sentir vontade de perguntar porque razão não há em Guimarães, gente com tanta garra como as gentes de Mortágua?
Acabamos de assistir a mais uma arbitrariedade que, em resumo, se pode sintetizar assim:
a) Condenação ao exílio, nas estepes russas, de uma criança de seis anos, cujo único crime é o de ser criança, ter a mãe que tem e não merecer por isso o respeito de alguém que se considera superior e absoluto;
b) Passagem de um Atestado de Incompetência, às autoridades judiciais e instituições com competência e conhecimento, que, inequivocamente aconselhavam uma atitude de lucidez e prudência.
c) Incapacidade para aprender com um Tribunal de Primeira Instância, cuja sentença revela respeito pelos mais elementares direitos da criança, além de prudência e discernimento;
d) Privação de direitos de terceiros (nomeadamente do pai, que nem sequer foi ouvido), na produção duma sentença de consequências com contornos irrevogáveis.
Etc., Etc.. (Porque ainda há mais).
Este aberrante "aleijão" intelectual, fruto duma autoconvencida sapiência, que agora parece
incomodar o sr. juiz, trará necessariamente consequências (já está a trazer), e deixará, inequivocamente, marcas futuras tão graves e tão profundas na criança condenada, que, ao imaginá-las, não posso deixar de formular estes votos:
1/ Que a consciência (se é que a tem) do sr. "Quero, Posso e Mando" lhe dê a condenação que a sua arrogância, a sua arbitrariedade e prepotência e a sua falta de de discernimento e lucidez sentenciou àquela criança;
2/ Que a sua vida seja tão longa, e tão sofrida quanto a daquela menina, para que essa consciência lhe possa cobrar essa pena, até ao último alento;
.
Quando será que neste país vai deixar de haver «intocáveis»?
Quando será que os «incomodados» começam a ser responsabilizados pelos seus actos e decisões arbitrárias?
.
I N C A P A Z
.
Aqui, neste país de "faz de conta",
«Justiça»?... Só se diz, mas não se faz.
Aqui, ser consciente é uma afronta,
Quando se faz juiz um "incapaz".
.
Aqui só há «Justiça»(?) incompetente,
Pedante até, de tão empertigada,
Com ar de quem se julga eficiente;
Só toga, porque dentro não há nada.
.
Condena uma criança, com presteza,
À vida nas estepes, como quem
Tem "culpa" por ter tido aquela mãe.
.
E, sem discernimento, nem certeza,
Decide que, sem traumas, a criança,
Só tem que agradecer-lhe tal mudança.
.
Vítor Cintra