
A HOMENAGEM QUE A PÁTRIA AINDA NÃO PRESTOU, SÓ PODE ENVERGONHAR-NOS.
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Ontem, enquanto os políticos levavam a efeito a sua "festinha" de fachada, com fanfarra, pompa e distribuição de medalhas às pasadas (sabe Deus com base em que critérios de atribuição), milhares iam em romagem ao monumento aos Combatentes do Ultramar, prestar, numa cerimónia simples, mas sentida, a HOMENAGEM que a Pátria ainda não cumpriu.
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Uma vez mais, junto ao monumento do Bom Sucesso, ecoaram as vozes numa oração, ecumenicamente recitada por um padre católico e por um imã muçulmano, repetida pela multidão, em memória e sufrágio daqueles que, em terras de além-mar, sacrificaram, ao serviço de Portugal, a própria vida.
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Algumas televisões, timidamente embora (não vá a tutela cortar os subsídios), estiveram lá, para noticiar - de fugida evidentemente - o que acontece no país real, enquanto os políticos se pavoneiam e arrecadam "ajudas de custo". Isso sim, a merecer honras de cobertura televisiva, até à saturação.
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E é assim que acontece desde que, num 10 de Junho de triste memória, um certo 'homenzinho' afirmou, no exercício de funções oficiais, serem os ex-combatentes gente indesejável.
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NA PEDRA
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Na pedra restam gravados
Os nomes dos que caíram
P'la Pátria mãe, que serviram;
São nomes de bons soldados,
Heróis da tal geração
Que fez da honra brasão.
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Seus feitos foram calados,
Num roubo, fugaz, de glória
Por trastes de má memória.
Mas entre os antepassados
Seus nomes, em letras de ouro,
Terão lugar duradouro.
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Vítor Cintra
No livro: ENCRUZILHADA