A respeito do que penso e do que escrevo...VAMOS FALAR DE DEMOCRACIA?
Como está expresso na apresentação desta página, este é um espaço de opinião,
da minha opinião, sobre as coisas que vejo, ou tomo conhecimento, no dia a dia, e das conclusões a que, sobre elas, chego.
Não espero que todos os que leiam o que escrevo estejam de acordo comigo, mas não vou deixar de exprimir o que penso, só porque alguém entende que, por pensar de modo diferente, só a sua forma de pensar é que está certa, passando qualquer outra a ser uma ofensa pessoal.
Nesta página está indicado o meu endereço de correio electrónico que alguns leitores têm usado - e muito bem - quando pretendem que lhes preste algum esclarecimento. É que "comentários" são públicos e, sendo assim, hão-de as respostas ser públicas também, com todas as implicações inerentes.
Vem isto a propósito de alguns artigos que tenho escrito, onde não encubro o meu pouco apreço por políticos e onde manifesto a opinião de que a nossa chamada "democracia" não passa de um mal conseguido simulacro.
Não condeno quem pensa que, só porque periodicamente é chamado a votar, vive em democracia.
Não me contento, porém, com tão pouco!Considero que votar é um acto próprio de uma democracia, mas não exclusivo, nem sequer o mais importante. Mais importantes para se viver em democracia são, certamente:
1/
O direito à JUSTIÇA.
Como é que pode chamar-se democracia a um regime onde a justiça não funciona ou não existe, simplesmente?
Onde está a justiça num sistema que dá aos políticos, e demais priveligiados do regime, reformas integrais, após uma dúzia de anos (ausências e faltas incluídas) e impõe ao "zé povo" trabalho e descontos, sem fim à vista e sem garantia de direitos?
Onde está a justiça de um regime que cala, aliás ignora, aqueles que cairam ao serviço do país, e lhes recusa, durante décadas, as honras que lhe são devidas. Que todos nós, como nação, lhes devemos?!
2/
O direito à EDUCAÇÃO.
Como pode dizer-se democrático um regime que trata os seus docentos sem o menor respeito.
Precaridade de trabalho?... E o que são afinal os concursos anuais de colocação de professores?
Instabilidade psicológica?... E como pode ser psicologicamente estável um professor que não pode exercer a sua função com zelo, sem correr o risco de ser agredido verbal e fisicamente?
Rendimento escolar?... E como pode haver rendimento escolar se o professor é constantemente colocado perante o dilema de faltar aos alunos para acudir à família que, quantas vezes, teve que deixar longe, e a obrigação de ensinar, ainda que à custa de estar ausente dos próprios filhos?
Onde está o direito à educação e a igualdade de oportunidades dos estudantes que, se querem ter acesso a uma Faculdade de Medicina, têm que ir para Espanha?
3/
O direito à SAÚDE.
Como pode dizer-se democrático um regime que não garante a todos os cidadãos igualdade de cuidados de saúde.
Basta olhar para a quantidade de subsistemas de saúde existentes à margem da Segurança Social, alimentados também pelo erário público, mas vedados ao "zé povo".
Onde está a democracia quando tantos cidadãos esperam meses, anos até, por uma cirurgia ou, tão só, por uma consulta?...
4/
O direito à INFORMAÇÃO.Isso implica informação isenta. Ou seja, não manipulada, não censurada, não subordinada aos ditos 'critérios redactoriais', quantas vezes sujeitos a interesses dificilmente conciliáveis com a isenção.
Salvo raras e honrosas excepções, onde está a isenção?
Se até uma página pessoal e independente se pretende censurar... Ou não será uma forma, ainda que velada, de censura dizer-me que "
se pretendo expressar determinadas ideias que defendo devo ver antes se a argumentação não está a ofender terceiros"?
A respeito disso o povo, na sua sabedoria, diz:
Cada um sabe onde o sapato lhe aperta!DEMOCRACIADemocracia tem custos.Se for vivida a valerNão é isenta de sustos;Não deixa os outros sofrer.Não permite que se estragueO que a outros falta faz.Não consente que se apagueA chama, frágil, da paz.Não desperdiça recursos,Que custam muito suor,Sacrifícios e labor.Não vive só de discursos!Partilha também amor,A que dá justo valor.
Vítor CintraNo livro: DISPERSOS