CONTAS CONFUSAS... ou mal contadas?

O ministro Teixeira dos Santos, porém, foi ao Parlamento assegurar que o número de funcionários públicos, no primeiro semestre deste ano, foi reduzido em 4.345.
Inscrições canceladas na Caixa Geral de Aposentações, por outra via que não a reforma, com admissão na Segurança Social de funcionários, foi malabarismo verbal, ainda que confuso, do ministro das Finanças, para suportar as suas contas. Mas nem mesmo esses malabarismos foram suficientes para chegar à tal promessa (mais uma não cumprida) de só ser admitido um funcionário por cada dois aposentados.
A verdade é que o O.E. para 2006, previa já um crescimento, nas despesas com pessoal em regime de contrato individual, de 152%, relativamente a 2004.
Das três, uma:
- Ou os dados do "Boletim de Execução Orçamental" estão errados e o ministro devia demitir os funcionários, que o elaboram, por manifesta incompetência;
- Ou os dados estão certos e o ministro deveria demitir os funcionários, por terem a ousadia de desmascarar as suas contas;
- Ou a falácia produzida no Parlamento é prova de que a equipa Sócrates continua a frequentar (direitinho), as acções de formação de "diarreia verbal", tão do agrado do seu mentor e, naturalmente indispenáveis para que a carneirística inteligência dos seus seguidores se sinta reconfortada, ainda que inúteis quando se trata de tapar os olhos a quem pensa.
É assim que se resume,
Duma forma adequada
O vilão que muito assume,
Mas que pouco faz, ou nada.
"Presunção, ou água benta,
Cada qual toma a que quer",
Diz o povo, que sustenta
Em ditado, o seu saber.
E, se quando o diz, resume
A distância da vaidade
Às razões da humildade,
No dizer, também assume
O sentir de muita gente,
Que não diz tudo o que sente.
Vítor Cintra
No livro: ECOS